Edição 161 – Abril/2014
“Lei
das Reuniões”
Secretarias de Administração e
Governo prestam contas à população
No último dia 29 de abril, as Secretarias Municipais de Administração e de Governo estiveram na
Câmara Municipal para prestar contas de suas atividades à população. A reunião
foi para cumprir a Lei Municipal nº 2.018/2013, que prevê
que os titulares de cada Secretaria de Governo compareçam mensalmente ao
Legislativo para conversar com a população. Na reunião, os Secretários falam de
suas ações, além de falarem de seus planos, projetos etc quando têm. Os
vereadores participam como qualquer outro cidadão comum, já que a reunião, de
acordo com a Lei, é de prestação de contas à população e não à Câmara, que
possui outros mecanismos para ter acesso às informações e fazer propostas e
elogios à Administração.
A Prefeitura fez boa divulgação da reunião,
usando redes sociais, panfletos, carro de som e até mensagens particulares via
celular, enviadas mais de uma vez pelas operadoras. Apesar de todo esforço da
Administração e de outras pessoas que fizeram a convocação, pouca gente
compareceu à Câmara. Quem estava lá viu o Plenário cheio, mas quase todos eram
secretários municipais, titulares e adjuntos, e servidores que exercem cargos
de chefia.
Na
reunião, o cerimonial da Prefeitura convidou a Presidente da Câmara, Renata
Parreiras (PSB), o vice-presidente Carlos Mendes (PDT) e o vereador Reinaldo
Fernandes (PT) para comporem a Mesa de Abertura. Em sua fala, a Presidente da
Casa lembrou que o petista Reinaldo Fernandes foi o idealizador da Lei 2.018/2013. O vereador do PT, por sua vez, lembrou
que, embora tenha sido dele a iniciativa de propor a lei, todos os colegas vereadores
não só assinaram o PL como o aprovaram por unanimidade. Fernandes registrou
que, em sua opinião, tanto Executivo quanto Legislativo atuais estavam
escrevendo um novo capítulo da história de Brumadinho, tanto com o Projeto
“Bate Papo com o Prefeito”, “Câmara Cidadã” e as reuniões das secretarias.
Todos eles, segundo vereador, eram projetos corajosos, em que os mandatários do
Município se dispõem em ouvir as pessoas, “que geralmente tem muito d reclamar
e estão no seu direito”. O Vereador defendeu que essas iniciativas apontam no
sentido da transparência das ações do Executivo e Legislativo. Reinaldo disse
que não importava se a população ainda estava participando em número reduzido
das reuniões com as secretarias. “O que importa é que tanto Legislativo quanto
Executivo estão fazendo seu papel, oportunizando aos cidadãos que participem. É
um processo, como qual a população de Brumadinho não está acostumada, vai ter
que aprender a participar mais”, disse o vereador.
Carlos
Mendes, por sua vez, frisou que o Governo Municipal dava mostras de sua
transparência ao ir ao Legislativo mostrar o que estava fazendo.
Ainda estavam presentes os vereadores
Hideraldo Santana (PSC), Aurélio do Pio (PDT), Henerson Faria (PP), Alessandra
Cristina de Oliveira (PPS), Helbert Firmino Pena (PROS), Lucas Machado de Sales
(PV) e Ronaldo Reis Ribeiro (PTB).
Prestação de Contas
A Secretária de Governo, Sandra Brandão, falou
primeiro e discorreu sobre as várias atividades desenvolvidas pela Secretaria
que coordena. È da responsabilidade da Secretaria as atividades relacionadas à
comunicação, como a jornal impresso da Prefeitura, as publicações no Diário
Oficial do Município – DOM – de Brumadinho, à Defesa Civil, à Guarda Municipal.
Sobre esta, a Secretaria comunicou que o Concurso já está em andamento e que
serão 160 pessoas contratadas para o trabalho. A Secretaria mostrou muitos
números o que mostra que, apesar de a população reclamar da lentidão do
governo, seus órgãos trabalham muito.
Quando os microfones foram abertos ao público,
apenas Antônio Paulorinho (bairro Rela) e Reinaldo Fernandes fizeram perguntas
à Secretária. Paulorinho reclamou, dentre outras coisas, da demora em ser
atendido pelo prefeito, dizendo que, mesmo tendo 65 anos de idade, tinha que
esperar quase um mês para falar com o Chefe do Poder Executivo. Mas foi
“consolado” pelo vereador Reinaldo: “Fica triste, não, Paurolinho. O Prefeito
tem uma agenda muito cheia. Pra você ter ideia, a Comissão Executiva do Partido
dos Trabalhadores precisava falar com o Prefeito Brandão e também teve que
esperar um mês!”, disse. “E olha que éramos 7 pessoas, dava mais de 210 anos
somados, e você só com 65 e reclamando!”, brincou o vereador.
Concurso Público
Já a Secretária de Administração, Valéria das
Dores Moreira, relatou as inúmeras tarefas de sua Secretaria e elogiou muito
sua equipe. Em sua fala, disse que o Concurso Público realizado só não deu
posse aos que foram aprovados porque o Tribunal de Contas do Estado – TCE –
ainda precisa dar seu “ok”. Segundo a Secretária, o Ministério Público já fez
sua parte, já liberou para a nomeação mas o TCE está demorando a fazer isso.
Questionada pelo vereador Reinaldo Fernandes
sobre o novo concurso, a Secretaria garantiu que ele vai acontecer e que são em
torno de mil vagas a serem preenchidas. Antes, disse ela, já está sendo elaborado
pela FUNDEP e deve ser enviado à Câmara para discussão e aprovação o novo Plano
de Cargos e Salários da Prefeitura.
Plano de Governo e tíquete refeição
A Secretária Valéria defendeu que o governo
procura cumprir o que foi colocado no Programa de Governo, e que uma prova
disso era os reajustes acima da inflação concedidos em 2013 e em 2014. Segundo
ela, o vale refeição será reajustado ainda, mas ainda depende do impacto
financeiro que estaria sendo feito pela Secretaria de Fazenda.
De acordo com a lei 1728/2009, que trata especificamente do
assunto, o tíquete deve ser reajustado em relação ao dia 1º de abril e o
reajuste mínimo é o da inflação oficial, como dispõe o § 1º do art. 5º da Lei:
“§ 1º - O valor estabelecido neste artigo será atualizado monetariamente pelo Poder Executivo, via Decreto, com periodicidade não inferior a 12 (doze) meses, tomando-se por base a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, ocorrida no período ou outro indexador que vier a ser adotada em sua substituição, condicionando-se eventual reajuste a maior a disponibilidade de recursos orçamentário-financeiros.”
“§ 1º - O valor estabelecido neste artigo será atualizado monetariamente pelo Poder Executivo, via Decreto, com periodicidade não inferior a 12 (doze) meses, tomando-se por base a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, ocorrida no período ou outro indexador que vier a ser adotada em sua substituição, condicionando-se eventual reajuste a maior a disponibilidade de recursos orçamentário-financeiros.”
O aumento dado ao tíquete pela Presidência da Câmara aumentou
ainda mais a ansiedade dos servidores da Prefeitura quanto à questão. Na
reunião das comissões realizada no dia 30 de maio, os vereadores Carlos Mendes
e Henerson Rodrigues relatavam que foram questionados por servidores da Prefeitura quanto ao aumento dado pela
Câmara e que ainda acusavam os vereadores de não resolverem a questão deles,
servidores. Já quem leu o blog do vereador Reinaldo Fernandes (http://vereador-reinaldopt.blogspot.com.br/) viu uma servidora reclamando: “Gostaria de saber
sobre o reajuste no ticket alimentação dos servidores, visto que 365 reais por
mês é pouquíssimo diante do preço absurdo que estão
alimentos e produtos de higiene.” E a servidora ainda completava: “Agora que o
ticket dos vereadores está "regularizado" seria justíssimo que
pensassem mais nos outros servidores, já que estão onde estão por causa deles e
de seus familiares.”
Em resposta à servidora, o Vereador explicou que “o ticket
dos vereadores não está "regularizado": vereador não recebe tíquete,
(...) Vereador só recebe o salário. O reajuste de 450 para 600 reais no tíquete
foi dado para os servidores da câmara. e foi dado pela presidente, sem nenhuma
conversa com qualquer vereador. A propósito, apenas hoje, 30 de abril, alguns
vereadores ficaram sabendo do reajuste; sobre
o tíquete dos servidores da prefeitura, cabe ao prefeito fazer o reajuste. Isso
não passa pela Câmara! Só o prefeito decide a respeito”, explicou o petista.
Programa Minha Casa, Minha Vida
Apenas duas pessoas fizeram intervenções após a fala da Secretária de Administração. O Vereador Reinaldo Fernandes perguntou sobre o programa e lembrou que se completavam cinco meses e um dia dede a realização na Câmara da última Audiência Pública sobre o programa Minha Casa, Minha Vida. Na época foi relatado aos presentes que as Secretarias envolvidas diretamente na questão eram a de Planejamento e a de Administração. A Secretaria não forneceu nenhuma informação nova, e disse que o programa estava “dependendo da burocracia da Caixa Econômica Federal”. Na época, a Prefeitura prometeu que seriam construídas 288 unidades.
Já Alessandra Oliveira (PPS) usou o microfone
para reclamar da Secretária do que ela considera tratamento desrespeitoso em
relação ao seu trabalho de vereadora. Oliveira disse que a Secretaria não
responde aos seus ofícios e que, por causa disso, teve até que ir ao Ministério
Público. A Secretaria Valéria Moreira se defendeu, relatando episódios e
dizendo que não houve desrespeito e que teria atendido à vereadora até altas
horas da noite, por telefone.
A próxima reunião encontro acontece no dia
27 de maio com a Secretaria Municipal de Obras.
Para entender
As reuniões públicas foram instituídas pela
Lei 2.018, de 25 de novembro de 2013. A Lei prevê que os titulares de cada Secretaria
de Governo compareçam ao Legislativo para conversar com a população. Está também
incluída na lei a Procuradoria Geral do Município. A Lei prevê também que
metade do tempo seja para participação da população, que poderá se pronunciar
na tribuna, fazer perguntas, elogios, sugestões e reclamações.
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