Edição 168 – Outubro
Governo impõe
Ninho na Presidência da Câmara
Um semana depois de escapar da abertura de
um processo de cassação, o Governo Municipal consegue emplacar o vereador Ninho
(Henerson Rodrigues de Faria – PP) como Presidente da Câmara Municipal. A eleição aconteceu nessa quinta feira, 4 de
dezembro. Ninho foi eleito com votos de apenas 8 dos 13 vereadores, repetindo
uma façanha do ex-vereador José Paulo (PSDB), eleito com apenas 9 dos 15 votos
em 2002, o primeiro na história do Município a ter uma eleição dessa forma.
Todos os outros foram eleitos por “unanimidade”.
Reunião fecha apoio
A decisão final de que Ninho seria o
candidato foi tomada em reunião realizada na casa do vereador Itamar Franco
(PSDB). Presentes o Prefeito Antônio Brandão (PSDB), o Secretário de Governo
Carlos Lima (PDT), além de vereadores da base do Governo. Outro presente era
José Paulo (PSDB), padrinho da candidatura de Ninho. Nos bastidores, o que se
diz é que a candidatura foi articulada contra a de Carlos Lima, que não
conseguiu os votos em 2013 mas manteve sua candidatura para este segundo
período, até ser levado para o governo e abrir a vaga para Itamar Franco.
Ninho foi eleito com os votos de Helbert Firmino Pena (PROS), Daniel Crentinho (SDD), Herbert Romaris Ricci, o Cuecão
(PV), Vanderlei Xodó (SDD), Aurélio do Pio (PDT), o dele próprio e dos
suplentes Ronaldo do Tejuco (PTB) e Itamar Franco (PSDB). No dia 27,T todos os vereadores que votaram em Ninho votaram, também, contra a Câmara receber as denúncias de suposta corrupção do Governo
Brandão (PSDB).
Quem é Ninho
O vereador Henerson Rodrigues de Faria
(PP), Ninho, foi eleito por média, com apenas 226 votos, o menos votado entre
os 13. Apoiou o ex-prefeito Neném da ASA (PV) na campanha mas mudou de lado
assim que foi eleito. Jovem de 32 anos, é um rapaz alegre, brincalhão e tem
ótimo relacionamento pessoal com os colegas vereadores.
Em sua campanha fez previsão de gastos de
até R$ 192.000,00 (cento e noventa e dois mil reais) e o site do TSE – Tribunal
Superior Eleitoral – informa que sua declaração de gastos foi de R$ 8.115,00.
De acordo com sua declaração, recebeu R$ 2.640,00 de João Paulo Gomes Lopes, R$
4.975,00 do Comitê Financeiro Municipal e ele mesmo doou R$ 500,00.
Ninho atuava no ramo de bebidas, mas desfez
de sua distribuidora e passou a atuar no ramo de transporte.
Atuação do vereador
Em quase dois anos de mandato, a Câmara
Municipal realizou 6 reuniões da Câmara Cidadã, quando o Legislativo visita
localidades do interior do Município para receber suas reclamações, sugestões e
apresentar seu trabalho. O vereador Ninho nunca participou de nenhuma dessas reuniões.
Das 17 (dezessete) Audiências Públicas realizadas
pelo Legislativo Municipal em 2013, o Vereador não participou de nenhuma.
Em quase dois anos de mandato, Ninho teve a
iniciativa de apresentar apenas um projeto de lei e um projeto de Decreto
Legislativo de sua autoria. O primeiro foi aprovado, mas não foi implementado
pela Administração Municipal; o outro é o PDL 49/2014 que dá a denominação de
Valdemar Rodrigues de Castro à Medalha do Mérito Legislativo, e ainda não foi
apreciado pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça - CCLJ. O
Vereador também não tem o costume de apresentar emendas a projetos de lei de
outros autores, que é, também, uma forma interessante de atuação.
Dos 45 homenageados pelo Legislativo na
Sessão Solene do dia 21 de novembro, Ninho não homenageou ninguém.
O vereador Ninho ainda faltou a quase 25%
das sessões ordinárias da Câmara. Faltou a 4 sessões dentre as 19 realizadas
(obs.: o vereador só deixa de receber a totalidade de seus rendimentos, R$
6.662,00, se faltar a alguma sessão do Plenário, que acontece apenas 2 vezes
por mês). Ninho ausentou-se nos dias 13 de junho e 11 de julho de 2013; e em 8
de maio e 9 de outubro de 2014.
Em uma das sessões do Plenário, bastante
indignado, usou a Tribuna para cobrar da Presidente da Casa respostas a um
ofício seu que solicitava informações. Ao ser questionado pelo então vereador e
vice-presidente Carlos Mendes (PDT) se seu pedido fora dirigido à Presidente ou
à Mesa, respondeu: “Eu não sei, vou verificar e digo ao Senhor depois.”
Pedido inusitado
Na Sessão do Plenário do dia 13 de novembro
de 2014, Ninho fez um pedido inusitado à Presidente da Câmara: pediu que ela
não nomeasse os servidores concursados que seriam nomeados em 1º de dezembro. E
que deixasse os servidores contratados - que exerciam cargos ilegalmente nos
termos do art. 37 da Constituição Federal. Por fim, inadvertidamente, ainda
solicitou que seu pedido fosse “registrado em ata” da Sessão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário