Dia da Mulher – Mulheres de Brumadinho
Em comemoração ao Dia Internacional da
Mulher, o jornal de fato traz boas notícias sobre uma delas, a artista plástica
Jandira Isabel Glória, a Glorinha, nascida em 5 de novembro de 1951. Exemplo de
competência, de força, de ser bela naquilo que faz, Glorinha representa bem as
Mulheres de Brumadinho.
Ela usa ferro, aço, plástico, madeira,
vidro, tecido, radiografias velhas, fundo de latinhas de alumínio, enfim, reaproveita
tudo que lhe aparece à frente para transformar em arte. É uma artista plástica
do cotidiano, que trabalha todo dia, a qualquer hora. Sua arte é sua vida, com
ela se mistura. Como se mistura a história que está contando no GPP – Glorinha
Para Passear, o livro que está escrevendo. Enquanto nos mostrava sua obra,
espalhada pela casa, quintal e jardim, nos contou também das doenças que
superou, como a SARA. É com esta – ainda desconhecida – artista plástica que o
de fato conversou. Acompanhe a entrevista e curta as fotos:
de fato: Como é sua obra?
Qual seria o estilo de sua obra?
Glorinha: Transformo o material que seria
desprezado, que é normalmente dispensado.
de fato: Como é o seu fazer, o que ele significa?
Glorinha: No princípio não tinha como
deixar de fazer um milhão de fuxicos, essas outras coisas que eu faço. Esse
fazer, na verdade, está ilustrando um livro que estou escrevendo, o GPP,
Glorinha Para Passear, uma história bonita, forte. A cada capítulo eu desperto
para algo maior, desperta meu espírito, minha visão de mundo. O material que
ia, por exemplo, parar no oceano Pacífico, eu transformo. Uma tampinha vira um
enfeite para bebê (diz, nos mostrando sua arte enquanto conversa e nos conduz
pela casa). Meu trabalho com a arte e o livro andam paralelos, são coisas
laboriosas, machucam física e espiritualmente, estão unidas essas coisas.
de fato: Você acha
importante mostrar para as pessoas sua arte? Por quê?
Glorinha: A arte é para o povo. As pessoas
se alegram ao ver meu trabalho. Então expô-la seria uma forma de as pessoas
sentirem esse impacto.
de fato: Você tem
trabalhado para expor sua arte?
Glorinha: Não ainda. Fiz apenas um contato
com Inhotim mas ainda não tive retorno. Quanto ao livro, eu não estou
escrevendo um livro para guardar. Pretendo publicá-lo, a minha história, essa
Glorinha, quero que ela passe e leve coragem para o próximo. Aos 58 anos
sobrevivi a um choque anafilático e um choque séptico, a uma SARA (Síndrome de Angustia Respiratória do Adulto), tudo em um mês e
fiquei sem sequelas, daí a vontade de fazer o GPP, contar minha história.
Preciso de patrocínio, que as pessoas se interessem pelo meu trabalho, que o
procurem.
Nota da redação: Os contatos de Glorinha:
Rua José Maria Bibiano, 160 – Bairro Santa Efigênia. Seu e-mail: mno89123@gmail.com
Em
comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o jornal de fato traz boas notícias
sobre uma delas, a professora Cesária Clarice Mendes Carmo. Exemplo de fibra e
competência, Cesária representa bem as Mulheres de Brumadinho.
Através do
concurso cultural da SKY – Histórias Premiadas – o casal Cesária e Laudimir
viajaram para Utah – USA e participaram do evento Sundance Festival, um
festival de filmes independentes que já está na sua 15ª edição e aconteceu na
cidade de Park City em Salt Like City. O concurso baseava-se em produzir um
texto com 800 caracteres e que fosse digno de roteiro de um filme. Foram mais
de 6.500 textos e as ganhadoras foram de Minas Gerais: Cesária de Brumadinho e
Rhubia de Ipatinga. Além da viagem, elas ganharam também um câmera Cânon
profissional, 5 filmes de edições anteriores do Sundance e uma manta
personalizada do festival. Para a viagem a SKY disponibilizou todos os trâmites
necessários para a documentação e também roupas e calçados adequados para o
clima da cidade, já que lá era inverno abaixo de 0 graus. Diante do exposto a
ganhadora relata “foi uma surpresa, pois apesar de participar de diversas
promoções a gente nunca acredita de verdade que vai acontecer.” E completa:
“Quero ressaltar como professora a importância de se escrever bem diante de uma
realidade que nos mostra tantas situações onde as pessoas deixaram a arte de
produzir bons textos. Foi com uma produção que ganhei uma viagem
internacional.”
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