Editorial
Passeata
pela Paz
Um grupo de
pessoas caminhando e pedindo paz. É verdade que não eram milhares de pessoas.
Mas também é verdade que não eram poucas. Foi, com certeza, um dos eventos mais
importantes da cidade nos últimos tempos. Não pelo tamanho, mas pela
significância.
Nosso município
passou de lugar pacato para palco de constantes assassinatos nos últimos anos.
Em pouco tempo, começamos a presenciar e a ter notícias de assassinatos num
lugar onde se passavam anos a fio, cinco, dez, sem nenhuma ocorrência desse
tipo. Como regra, a notícia tem sido de que um jovem, menos de vinte anos, foi
assassinado. E não é só isso.
Os roubos em nossos
lares aumentaram de forma alarmante. No bairro tal, no outro bairro, na casa de
fulano de tal. E de gente trabalhadora, que tanto suou para adquirir seus bens.
Afora essa violência – considerada de menor importância pelos critérios da
Polícia Militar -, ainda temos convivido com assaltos à mão armada nas lojas,
nas ruas, em plena luz do dia.
A hora era de
reagir. E veio a reação. Saindo da Praça de Eventos do bairro Progresso, o
cortejo caminhou rumo ao centro da cidade. Vestidas de branco, balões em punho,
apitos, adultos, jovens e crianças mostraram a cara e deram um recado às autoridades:
NÃO QUEREMOS VIOLÊNCIA! NÃO QUEREMOS IMPUNIDADE!
Reinaldo Fernandes
Editor
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Esse era o lema
da Passeata Pela Paz: “Pela segurança pública e contra a impunidade”.
Liderada pelo
Padre Renê, a passeata cobrou de nossas autoridades que tomem providências para
fazer cessar a violência. No centro da cidade, quando o grupo deu um abraço
simbólico na Praça da Bandeira, Padre Renê lembrou as mães que choram seus
filhos, e todos rezaram juntos por dias melhores. Ao ser questionado por um
policial militar que dizia que a população não podia parar o trânsito, o líder
religioso avisou que a ideia era ficar ali por vinte minutos, mas não podendo,
esperava que a Polícia Militar fosse tão rápida para atender os chamados de
ocorrência que lhe eram feitos quanto era para tentar dispersar as pessoas, no
que foi muito aplaudido.
Foi um primeiro
passo. Foi um passo importante. O recado é direito: todos nós, cidadãos e
autoridades, devemos colocar, na ordem do dia, a questão da violência em
Brumadinho. A saída para o problema não é fácil. No entanto, sendo verdade que
dois pensam melhor do um, é hora de juntar forças. NÃO QUEREMOS VIOLÊNCIA! NÃO
QUEREMOS IMPUNIDADE!
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