Edição 196 – Março 2017
Deu na imprensa
Moradores de
Brumadinho protestam contra vale-alimentação de vereadores
O jornal O Tempo publicou
matéria sobre o aumento dado pelos vereadores a eles próprios nas vésperas do
carnaval. A reportagem circulou no dia 23.3.17. acompanhe abaixo.
A população de Brumadinho, na
região metropolitana, vai realizar na noite desta quinta-feira (23) um protesto
na Câmara Municipal. O objetivo é pressionar os vereadores a revogar o projeto,
aprovado no mês passado, que institui um cartão-alimentação no valor de R$ 735
mensais – que corresponde à quantia diária de R$ 24,50 – aos 13 parlamentares
do Legislativo municipal. A matéria foi sancionada neste mês pelo prefeito
Nenén da Asa (PV).
Pelos cálculos do próprio
Legislativo, a criação dessa nova rubrica vai custar R$ 9.555, por mês, aos
cofres públicos, chegando à cifra de R$ 105,1mil neste ano, já que o benefício
começou a vigorar a partir de fevereiro. Segundo a justificativa do projeto, a
Câmara “possui recurso para suportar as novas despesas”. O texto do projeto diz
ainda que o valor vai ser atualizado monetariamente com periodicidade não inferior
a 12 meses, com base no IPCA registrado no período.
Os moradores da cidade estão
articulando-se para que a partir das 18h desta quinta-feira (23) seja realizado
um protesto durante a sessão ordinária. “Os vereadores se reúnem duas vezes por
mês, qual a necessidade desse cartão? Foi votado na surdina”, afirmou um dos
organizadores da manifestação.
A proposição recebeu o voto
favorável de nove dos 13 políticos. Posicionaram-se a favor: Toninho da Rifel
(PV), Bruno Fernandes (PSB), Flávio Miranda Carvalho (PTC), Ninho (PP), Ivam
Egg (PR), Juca Dornas (PV), Zé Raimundo (PTC), Xodó (PRB) e Geada (PR). Os
vereadores Professor Caio (PTB), Professor Hideraldo Santana (PSC) e Max Barrão
(PP) foram contrários ao projeto. A presidente da Casa, Alessandra do Brumado
(PPS), não vota.
Questionada sobre o porquê da
apresentação do projeto, a assessoria de imprensa da Câmara afirmou que a Mesa
Diretora propôs o texto após ter sido procurada por vereadores. Eles
questionaram o fato de o prefeito, vice-prefeito e os secretários municipais
receberem o tíquete-alimentação – como previsto nas Leis 1.461, de 2005, e
1.728, de 2009 –, enquanto os parlamentares, “que são também agentes políticos,
não tinham direito ao referido tíquete”. A assessoria ainda salientou que, de
todos os agentes políticos da cidade, o vereador é o que recebe a menor
remuneração: R$ 7.480,62. (Fransciny
Alves)
Aumento salarial
dado pelos vereadores a si mesmos
População vai à
Câmara. Mas se mantém calada
No dia 23 de
março, conforme o combinado, em torno de 40 populares estiveram na Câmara
Municipal, durante a reunião do Plenário, que reúne todos os vereadores.
Segundo o jornal O Tempo, edição de 23 de março, a população de
Brumadinho realizaria “um protesto na Câmara Municipal” com o objetivo de “pressionar
os vereadores a revogar o projeto, aprovado no mês passado, que institui um
cartão-alimentação no valor de R$ 735 mensais.” No entanto, a população se
manteve em silêncio, enquanto eram discutidos outros assuntos e os vereadores
aprovavam quatro projetos de leis do Executivo.
A convocação foi feita via
facebook, mas não tinha autoria definida.
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