Edição
215 – Novembro 2018
Ex-governador
poderá devolver mais de R$ 11,5 milhões aos cofres públicos; ação ajuda a
entender porque o estado de MG não tem dinheiro para repassar aos municípios; 11.601 brumadinenses
votaram em Aécio para Presidente em 2014; para governador de Minas, sempre foi
o mais votado em Brumadinho
Aécio Neves (PSDB), o “Mineirinho” na lista
de propinas da Odebrecht, enfrenta mais uma denúncia. Agora o MP quer que Aécio
devolva R$ 11,5 milhões por gastos em aeronaves do Estado. Na ação, o MP pede o ressarcimento do valor e
quer a indisponibilidade de bens do tucano. Aviões a jato, e até helicóptero,
teriam sido usados nos passeios.
O Ministério Público de
Minas Gerais entrou na Justiça com ação civil pública em que acusa o
ex-governador, hoje senador Aécio Neves (PSDB), de
realizar 1.337 voos em aeronaves do Estado sem comprovação de interesse público
no período em que foi governador.
Segundo a Promotoria, o prejuízo causado
aos cofres públicos por Aécio foi de R$ 11.521.983,26 (onze milhões,
quinhentos e vinte e um mil, novecentos e oitenta e três reais e vinte e seis
centavos). Na ação, o MP pede o ressarcimento do valor e quer a
indisponibilidade de bens do tucano.
Em despacho
publicado na sexta-feira, a juíza Claudia Costa Cruz Teixeira Fontes, afirma
que o pedido de indisponibilidade de bens será analisado “após manifestação do
político e do Estado” na ação.
Eleito deputado
federal nas eleições de outubro, Aécio foi governador de Minas Gerais
por dois mandatos. De 2003 a 2006 e de 2007 a março de 2010. Nas duas vezes,
foi o mais votado em Brumadinho. Em 2014, quando foi candidato a presidente
contra Dilma Rousseff (PT), 11.601 brumadinenses
votaram nele contra pouco mais de 8 mil na petista.
Direto
para o Rio de Janeiro e a cidade natal
A Promotoria
contabilizou neste período voos particulares para cidades como Rio de Janeiro,
onde o ex-governador mantinha apartamento, e Cláudio, cidade do centro-oeste de
Minas onde a família do tucano possui fazenda, com aeroporto feito com dinheiro
do Estado.
Segundo o MP
foram 138 voos para o Rio e 116 para Cláudio. “Grande parte desses
deslocamentos aéreos foram realizados para transporte de passageiros não
identificados no momento dos voos.” Quando o MP conseguiu localizar passageiros
que acompanharam o político do PSDB, entre eles estavam Luciano Hulk (Rede
Globo) e da dupla Sandy e Junior, além de Ciro Gomes (PDT), do ministro do
Supremo, Gilmar Mendes - acusado de ser um dos protetores de Aécio no STF -; o
corrupto da CBF, Ricardo Teixeira; Henrique Meireles (“Chama o Meireles!”) e
José Serra (PSDB).
Decreto
Para justificar os
voos, a assessoria do senador citou decreto assinado pelo próprio tucano,
quando governador, em 19 de maio de 2005, que prevê “para o chefe Executivo
estadual as mesmas normas previstas para o chefe do Executivo federal!”.
“O
senador Aécio Neves considera incompreensível a relação de voos
questionados pelo Ministério Público, que contém praticamente todos os voos
realizados ao longo de oito anos”, diz a nota da assessoria. Já a população
considera incompreensível como ele ainda não está preso, depois de ser acusado
de envolvimento em tantas denúncias, inclusive me tráfico de drogas.
Estado de MG falido
As prefeituras
continuam reclamando do governo de Minas por falta de repasses de dinheiro aos
municípios. Notícias como essas, envolvendo o ex-governador do PSDB ajudam a explicar
o caos de MG. Aécio Neves e Anastasia (PSDB) sempre trataram o dinheiro do
Estado como se fosse dinheiro particular. Entre as inúmeras denúncias de roubos
envolvendo Aécio Neves (PSDB) estão os voos particulares, a lista de Furnas, o
beneficiamento de empresas da família Neves e a construção superfaturada da
Cidade Administrativa (Aécio é acusado de receber 10% de propina dos R$ 2
bilhões gastos na obra).
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