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terça-feira, 11 de dezembro de 2018


Edição 215 – Novembro 2018
OPINIÃO:
Música: mude sua vida para melhor!

Wilas Fernandes*

Pequenino, via e ouvia  meu irmão mais velho, Neri Sanfoneiro, “rasgar” sua sanfona (nome popular do famoso acordeon ou acordeão) e já começava ali minha formação e parte importante de minha influência musical. Mais à frente o irmão do meio me ensinaria as primeiras tríades e tétrades no violão, instrumento que, doravante, se tornaria minha paixão, apesar de não me tornar um exímio executor. Minha mãe e a mais velha, Vera, duas vozes mezzo – soprano encantadoras, afinadas, entravam, vez outra vez uma, com o toque feminino que eu adorava curtir para enriquecer-me depois. Valter (o da Mustafá) me fazia parar pelos falsetes e suavidade nas cordas. As duas mais novas não me recordo mas, fatalmente cantavam bem também. Afinadas e sem cacofonia, eu posso garantir. Papai, JOSE JOAQUIM FERNANDES, arranhava sua “cabecinha de égua”. Não que sua cabeça fosse de égua - apelido dado  ao instrumento de fole e teclas conhecido como Oito baixos, também um tipo de sanfona. “Manjava” um pouco de violão também. Da família de seis irmãos, pai e mãe recebi de tudo um pouco em harmonia, melodia, ritmo e compasso. Mas... espera aí. Eu falei seis. Falta um. Reinaldo... desafinava até nas palmas... mas tinha que ter um diferente. Sim, diferente. Lia muito. Ia ter tempo para tocar ou cantar? Foi assim que se completou o que chamamos de composição: uma boa música tem de ter uma  boa historia (ou estória), poesia ou letra, como queiram. Salvou os demais neste quesito como fez Fernando Brant com o Clube da Esquina.
Esse prólogo é pra te fazer entender o processo que um indivíduo pode sofrer no inicio de sua vida que irá colaborar para uma ruim, boa ou ótima formação. Neste caso, musical. Entretanto, esse SOFRER pra mim, foi bom. Mas poderia ter sido um desastre se não aprendesse a liquidificar, apurar e absorver o que me tornasse melhor. É o que sugiro.
Quando ouvimos uma voz suave, sem agressões auditivas, sem sub tonação ou super tonação, sem atrasos ou falhas lembramos  Kell Smith, Fernanda Takai, Maria Rita, Nana Caymmi,  Maria Gadú, Gil, Zeca Baleiro, Lenine, Djavan, etc. Do contrário tudo se torna apelativo demais como na maioria das rádios FM. Temos mais pedras que feijão. O que atrapalha a composição, quase sempre, é a letra. Mas há barulho demais em muitas delas. Destacam o homem/mulher sem o mínimo de valores e também baladas e bebedeira. O caminho deve ser sempre apurar pra curtirmos e vivermos atitudes positivas.
Quando ouço Chico Buarque, aprendo a escrever e a falar melhor. Associa-me à inteligência, ao combate à desigualdade social, à poesia, a bons livros. As posições e vida social dos cantores/compositores são espelho pra seus fãs. De qual livro ou poesia você se lembra ouvindo Eduardo Costa?(cri,cri,cri...) E carros com som alto? Já ouviu um Djavan num desses? É disso que estou falando.
Se não teve ajuda na família, teve dos vizinhos ou amigos e colegas. Tem que batear e ficar com o melhor.
Os lugares que frequenta tem que ter músicas que te transmitam alegria, positivismo e boa aura. Não brigas, traição e choro.
Devemos, sim, ouvir todos os estilos, ritmos e tendências. Até para melhorarmos nosso senso crítico. Mas com o devido cuidado para não sermos engolidos por tanta difusão ruim que tem por aí. Dependendo do lugar que for, não leve sua (seu) filha (o) ou... se arrependa depois. Criança forma seu perfil musical com muita sensibilidade. Cuidado com o que coloca para elas ouvirem. Elas certamente serão o que ouvem e veem.
Trago comigo ótimas lembranças musicais ouvindo e tocando musicas da MPB. Mas esse tipo de música ficou marcado como música de qualidade, quando, na verdade, significa musica popular brasileira. E a popular, com o nível geral cultural que a maioria tem, envolve as mais tocadas. Essas são mpb, porém, nem sempre de qualidade.
Fica assim, então, minhas sugestões: músicas que te façam rir de verdade, que te ensinem, que te apaixone pelo amor verdadeiro, que te coloque na viagem pela sua poesia, que balance seu corpo sem ser vulgar, que te solte e, principalmente, que mude sua vida para melhor como fez comigo. Eduardo Costa? Ele, NÃO!

*Wilas Fernandes é artista

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