Edição 111-Março/2010
Pires sofre com abandono
Falta saneamento básico, médico etc; estrada tem buracos e muito mato; houve suspeita de dengue
A comunidade de Pires fica a pouco mais de 3 Km do Centro de Brumadinho (2,5 a partir do final da rua Amianto). Por ser uma comunidade sem poder político (leia: pequena, com poucos votos), vive abandonada pelas sucessivas administrações municipais. Agora não é diferente.
Os problemas começam logo na estrada que liga Pires ao Centro. Além de buracos em muitos trechos, a estrada, de chão, é estreita, cabendo apenas um veículo em alguns locais. A exceção fica por conta do trecho de 500 m até a Dragagem RP. Além da estreiteza, em várias partes o mato está grande, invadindo a pista.
Na comunidade, os problemas não são poucos. A coleta de lixo é deficiente. “Eles vêm de vez em quando”, diz um sitiante. “Mas às vezes sobra lixo e fica caindo”, explica ele. Como a lixeira colocada pela Prefeitura acaba ficando cheia, o lixo começa a cair fora do recipiente. Não há, também, coleta seletiva: na lixeira pode-se ver, por exemplo, garrafas peti.
Poucos metros do local onde está a lixeira, na pequena ponte construída pela Administração anterior, há um buraco. Esse buraco e inúmeros outros na única rua calçada, é resultado de serviço mal feito pela Prefeitura: sem a devida compactação, o calçamento cede rapidamente, deixando a rua toda irregular.
Saúde: falta saneamento básico, médico e enfermeiras
A população local enfrenta outros problemas. Não há saneamento básico: enquanto o esgoto é colocado em fossas, o rosto corre solto, pelas ruas. Nossa reportagem perguntou a alguns moradores sobre a questão da dengue. “Ih! Eles não aparecem aqui”, disse um deles, referindo-se aos agentes de combate ao mosquito aedes aegptys. Não há também posto médico. “Eles alugaram essa casa aí tem 4 meses. Disseram que faltava porta, colocaram a porta e continua fechada”, explicou uma moradora. Outro morador confirmou: “As coisas estão aí dentro. Eles (referindo-se à Administração Municipal) estão pagando o aluguel há 4 meses mas não está funcionando”.
Depois de muita luta, a comunidade conseguiu um telefone público que está funcionando. Já pêra chegar até ele, moradores devem enfrentar o mato do que deveria ser um passeio. E o cheiro do lixo, rondando o telefone.
Outro lado
Nossa reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde para saber sobre o posto e o combate à dengue. A Coordenadora da Atenção Básica, Vanilda Maia, confirmou a falta de portas no local em que será instalado o posto, explicando que levou-se um tempo para colocá-las. Depois, segundo ela, faltou médico no PSF Centro, Programa Saúde da Família da unidade centro, que atende aos moradores de Pires. O novo profissional, a médica Camila Jaconi, começou trabalhar no dia 29 de março e, de acordo com Maia, a enfermeira do PSF centro informara que na semana de 4 a 10 de abril a médica já estaria atendendo a comunidade no Posto de Saúde de lá.
Nossa reportagem conversou também com Cláudio Braga, Coordenador da Vigilância Sanitária. Segundo ele, o trabalho rotineiro de visita às casas na é feita em Pires porque lá possui menos de 60 moradias. De acordo com ele, o Ministério da Saúde exige as visitas a partir de 60 casas. Nesses casos, o ACS (Agente Comunitário de Saúde) responsável pela área apenas faz as orientações aos moradores para se prevenirem. O Coordenador informou que houve um caso suspeito de dengue em Pires MS que não se confirmou.
Dengue em Brumadinho
Recentemente o nome do município foi posto na grande mídia como líder do ranking da dengue na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Questionado sobre a situação atual em Brumadinho, Braga disse que, neste ano, houve 24 casos notificados. Desses, segundo ele, apenas 3 eram positivos. Os três casos seriam de pessoas que trabalham em cidades vizinhas. “Em termos de notificações, temos um caso a mais do que no ano passado, em relação ao mesmo período, janeiro a março. E um caso a menos de positivos”, explicou Cláudio Braga.
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