Edição 164 –
Julho/2014
Estamos de volta com mais poesias do VI Concurso de
Poesias do Jornal de Fato, realizado no último ano, com participação de 36
poetas e quase setenta poesias. Nesta edição trazemos os três últimos poemas da
categoria “Adultos”. O primeiro é “Vem conhecer Brumadinho”, de Elisabete Aparecida Resende. O segundo e terceiro são “Ventre” e “Versos
verdes”, ambos de Amélia da Luz.
Elisabete nasceu em São Paulo mas adotou Brumadinho há 20 anos. E se
apaixonou! Mãe de 3 filhos e avó de um neto. Estuda informática, seus hobbies
são escrever poesia, paródias, desenhar pessoas e quadros. É muito alegre, de
bem com a vida, gosta de cantar. .A poesia entrou em sua vida de uma forma
maravilhosa: pela voz do pai, que sempre recitava poemas e escrevia para ela e
seus irmãos.
Amélia Marcionila Raposo da Luz é uma colecionadora de troféus e medalhas com seus trabalhos.
Participou do Concurso pela segunda vez. Como da vez anterior, desta vez também
foi vencedora. Desta vez emplacou o poema “A terceira mão”. Concorreu também com os dois “Ventre” e “Versos Verdes”, que
publicamos nesta edição. Moradora da cidade de Pirapetinga, no interior de
Minas Gerais, Amélia usou o pseudônimo “Nhorinhá”.
Vamos aos
poemas.
Vem
conhecer Brumadinho
Autora:
Elisabete Aparecida Resende
Pseudônimo:
Lisa
Lá
bem no alto da serra
A
bruma desse macia
No
vale do Paraopeba
Tanta
beleza irradia...
Entre
montanhas espreita
Basta
sentir o friozinho...
Sabe
do que estou falando?
Vem
conhecer Brumadinho!
Terra
de gente bonita
Cujo
trabalho é tão sério
Gente
que ama e acredita,
Sua
riqueza é o minério.
Vai
lá no alto sentir
Bate
forte o coração
Toma
cuidado ao subir
No
Pico dos Três Irmãos.
Se
visitar a fazenda
Traga
a viola, e um manto
Coma
um peixe na brasa
Pescado
no rio manso
A
natureza que encanta
Na
serra do Rola-Moça
O
vento lá até canta...
Se
não me crê, então ouça...
Venha
pro acampamento
Perto
do jequitibá...
Mico
e tucanos na mata,
cedros
e jacarandás.
Vem
conhecer o Inhotim
Sei
que você vai gostar
Tem
galerias, jardins
O
paraíso é pra lá...
E
se gostar de obra prima
Aqui
você vai achar...
Olhe
pro céu a noitinha
Obra
mais bela não há!
Linda
cidade que a noite
Veste-se
de manto branco
Mas
quando o dia amanhece
Despe-se
com tanto encanto!
Entre
colinas e vales
Vou
te ensinar o caminho
Vem
respirar esses ares
Vem
conhecer Brumadinho...
Ventre
Autora: Amélia da Luz
Pseudônimo: Nhorinhá
Entre ramagens
de carne e amor
um ninho seguro
esconde uma flor.
Toda a raça terrestre
é tecida em silêncio
brotando das ramas do ventre
que audacioso desventra o amanhã.
No exílio do corpo materno,
abismo úmido e terno,
um anjo de cachos desperta
e canta sem medo
a canção da vida!
Que a cureta assassina
não ouse alcançar o direito de nascer...
Versos verdes
Autora: Amélia da Luz
Pseudônimo: Nhorinhá
Linguassoltando o verbo
Aventuro palavrando...
Palavirando versos verdejantes
Vou seguindo, vou criando...
Remexo a natureza, confesso,
Vasculho Minas!
Embebedo-me de minérios,
E de mistérios!
Subomontanhando escarpas,
Vôo endemoninhada
Nas asas do beija-flor.
Quixoteando guerreio pelo verde das matas,
Contra a inconsciência do devastador...
Empunho a espada de justiceiro
Pagando as penas do meu tempo:
Motosserraram as florestas de Minas!
Soletro devagar a palavra MORTE!
Cadê o verde das florestas?
Tudo vai verdessumindo,
Morre a fauna e as águas choram...
Ouço os ruídos do progresso!
Fumaças chaminezadas vão
Subindo criminosas, intoxicando.
Tenho medo... Tenho medo...
O fogo, o jogo, o lucro fácil,
Colhemos os frutos da destruição.
Famigerados motosseraram a vida!!!
Somente o livro na mão da criança
Poderá salvar a terra, conscientização!
Há um grito no coração do menino,
Que poeta, não perdeu o tino!
Pálida a última borboleta passa arfando,
Buscando flores e verdes folhas...
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