Edição 164 –
Julho/2014
Resultado do
Plebiscito Popular pela Redução da Energia é apresentado na ALMG
No último mês de maio, 19, a Comissão de
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais recebeu os
movimentos sociais participantes do 5º Encontro dos Movimentos Sociais,
ocorrido entre os dias 30 de abril e 3 de maio. A audiência pública foi
solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT) (358 votos em Brumadinho na
última eleição) e teve por objetivo principal apresentar o resultado do
Plebiscito Popular pela Redução de Energia, além de debater o alto custo da
tarifa energética no estado.
Segundo os dados apresentados, o plebiscito
sobre o custo da energia fornecida pela Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig) foi realizado em mais de 300 municípios mineiros, localizados nas
diversas regiões do Estado, e envolveu movimentos sociais, sindicais,
pastorais, estudantis, de agricultores, sem-terra, mulheres, além de igrejas,
ONGs e outras entidades similares, além de vereadores e voluntários. Ao final,
foram coletados mais de 600 mil votos, com praticamente 100% da apuração
favorável à redução do valor cobrado nas contas de luz no Estado.
Além do deputado Rogério Correia, compunham
a mesa o representante da Coordenação Estadual do MST, Filipe Russo; a
presidente da CUT/MG, Beatriz Cerqueira; o Coordenador-Geral do Sindieletro,
Jairo Nogueira Filho; o membro da direção do Movimento dos Atingidos por
Barragens, Joceli Andrioli; o deputado estadual Adelmo Leão (PT) e o deputado
federal Padre João (PT). Representantes da Cemig e da Aneel foram convidados,
mas não compareceram.
Altos custos da energia
Após a apresentação do resultado do
plebiscito, teve início um debate sobre o alto custo da tarifa energética
cobrada pela Cemig. Para Jairo Nogueira Filho, um dos motivos para o alto valor
da conta em nosso estado se deve pela elevada quantidade de acionistas que a
empresa possui, o que levaria a uma alta divisão dos lucros. Beatriz Cerqueira
tem a mesma opinião. “A Cemig promove uma política para poucos, e quem paga a
conta é o povo mineiro, o trabalhador”, afirma a líder sindical.
Joceli Andriolli também criticou a forma
que o PSDB conduz as empresas governadas pelo partido. “As empresas gestadas
pelo governo PSDB no Brasil estão enriquecendo os seus acionistas. Nos 3
primeiros meses desse ano de 2014, a Cemig teve um lucro de 1 bilhão e 250
milhões de Reais. Isso através dos seus funcionários que são escravizados. É
lamentável que a Cemig não participe desses debates e gaste milhões em
propagandas enganosas”, finalizou Joceli.
60% do lucro para os acionistas; 67% dos
impostos são estaduais e apenas 9,6% são federais
Um dos dados mais graves foi apresentado
pelo auditor fiscal Lindolfo de Castro, que também participava dos debates. Com
uma conta de luz da Cemig em mãos, o especialista destrinchou todos os valores
cobrados no documento e descobriu que, numa conta de 147,62 Reais, 88 reais são
repassados de lucro para os acionistas da empresa estatal. Dos 59,62 reais que
são cobrados de tributos, 40,18 reais são tributos estaduais, enquanto apenas
5,77 reais são do Governo Federal. Os 13,67 reais restantes são destinados ao
custeio da iluminação pública. Uma
fórmula que beneficia os acionistas da Cemig e o Governo de Minas, enquanto
garante para os mineiros a conta de luz mais cara do Brasil.
Cemig: qualidade
questionável
Com o lucro de R$1,25 bilhão que a Cemig
obteve somente no primeiro trimestre deste ano, imagina-se que a qualidade da
energia em Minas seja satisfatória, ao ponto de receber elogios. Mas na
realidade, Minas tem uma das piores energias do nosso país. Segundo a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Cemig foi a 4º empresa que mais
indenizou clientes no Brasil em 2013. Foram R$ 24,2 milhões devolvidos aos
mineiros por causa dos apagões causados pela má qualidade da energia da estatal
mineira.
Esse fato é contraditório, pois além da
Cemig dizer ser a melhor energia do Brasil, a empresa que lucra tanto não
investe em tecnologias para melhorar a qualidade da energia elétrica. Ao que
parece, os lucros dos acionistas é mais importante do que a satisfação dos
mineiros.
Coleta em Brumadinho
Em Brumadinho, pelo menos três “entidades”
participaram da coleta de assinaturas. O Sind-UTE – Sindicato dos Trabalhadores
em Educação de Minas Gerais, subsede Brumadinho – visitou as escolas, onde
explicou as razões da votação e colheu votos. A Casa dos Conselhos, que
funciona na Secretaria de Ação Social da Prefeitura também recebeu votos.
Outra urna foi organizada pelo Mandato
Coletivo do Vereador Reinaldo Fernandes (PT). O Mandato dirigiu-se à Praça da
Bandeira, no Centro de Brumadinho, onde ficou conversando com a população,
explicando sobre os custos da energia elétrica e colhendo votos. No dia 1º de
novembro, os assessores do gabinete do Vereador Reinaldo dirigiram-se para a
localidade de Casa Branca, onde fizeram a atividade. As vereadoras Alessandra
Cristina (PPS) e Renata Parreiras (PSB) também colheram assinaturas.
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