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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Edição 191 – Outubro 2016 Eleições 2016 O povo tem memória curta. Mesmo!



A eleição de Avimar Barcelos, o Nenen da ASA (PV) em 2 de outubro, com quase 12 mil votos, é um caso digno de estudo pelos analistas políticos.
O prefeito eleito é réu em pelo menos 6 processos na Justiça, 5 sob a acusação de improbidade administrativa. Outro, acusação de crime ambiental (o que não deixa de ser irônico em se tratando de um político do Partido Verde). Contra ele ainda há mais 7 Inquéritos Civis do Ministério Público, e todos poderão virar mais 7 processos. Também sob a acusação de improbidade administrativa. Que pode torná-lo um "ficha suja" nos termos legais. O total de processos envolvendo Nenen da ASA (PV), incluídos os eleitorais, passa de 140 (cento e quarenta) processos, entre aqueles em que ele é réu e autor.
O prefeito eleito pertence a uma família que é considerada violenta. Na campanha eleitoral, especialmente nos últimos dias, viralizou nas redes sociais um vídeo em que um de seus irmãos ataca covardemente um jovem de 26 anos, a cadeiradas. E por traz, sem que o outro pudesse reagir. Depois, bate várias vezes na cabeça do jovem, até que alguém chega para impedir que as atrocidades continuem.
Ainda sobre a violência, pesa sobre a família a acusação de que teria, em outubro de 2012, logo após a derrota nas eleições, atacado covardemente um vizinho, que fizera campanha para o prefeito eleito naquele ano. O veículo do vizinho teria sido atacado, atirado contra um poste, enquanto partiam para cima do homem para espancá-lo. Depois, uma irmã do prefeito eleito ainda teria tentado se passar por vítima, processando uma familiar do vizinho atacado, acusando-a de "calúnia e difamação" por ter divulgado os ataques a seu pai.
Em sua última gestão, o prefeito eleito iniciou a construção de um hospital que hoje se acaba no meio do mato, e que consumiu quase R$ 10 milhões da população de Brumadinho. Ele é acusado de contratar empresa da família, ou em nome de laranjas, para a construção. Auditoria feita pela Prefeitura daria conta de que a obra estaria cheia de irregularidades e que houvera fraudes como colocação de tijolos do tamanho 0-10 no lugar de outro contratado; portas por onde não passariam macas. A boca pequena se diz que a intenção do prefeito seria beneficiar a sua faculdade com a obra, que serviria para aulas num curso de medicina. A construção foi alvo de matéria de Rede Globo de Televisão.
O eleito, quando foi candidato a prefeito em 2008, prometeu que a população não mais pagaria IPTU. No entanto, aumentou o IPTU em valores que em muitos casos ultrapassaram os 2000% (dois mil por cento), dando prejuízo financeiro enorme às famílias de Brumadinho. A propósito, na época, Leônidas Maciel, vice-prefeito eleito agora, em panfleto distribuído à população, perguntava ao prefeito eleito: "Pois, quem vale mais: a ganância arrecadadora ou o povo de Brumadinho, que foi agredido pela injusta cobrança do IPTU?"
No dia 1º de setembro de 2016, a um mês das eleições, o prefeito eleito foi condenado por uma juíza federal, que bloqueou seus bens (contas bancárias e veículos) para que devolvesse ao Estado R$ 3,3 (três milhões e trezentos mil reais), sob a acusação de ter praticado corrupção: desviado dinheiro do cidadão por ter feito obras sem licitação e com uma série de irregularidades comprovadas pelo Ministério Público Federal.
No dia 30 de setembro foi julgado pelo TRE-MG, depois de ter sido condenado por uma juíza em Brumadinho a pagar multa de 250 mil reais e de tê-lo tornado inelegível.
O prefeito eleito foi condenado, ainda em agosto, pela justiça eleitoral ao pagamento de multa de quase R$ 55 mil por ter cometido o crime de divulgar pesquisa sem registro.
O prefeito eleito enriqueceu muito rapidamente, de forma que boa parte da população acha estranho esse rápido enriquecimento, uma vez que os outros comerciantes e empresários do Município não tiveram a mesma sorte.
A família do prefeito eleito é considerada pela população, talvez pelos mais de 20 mil pessoas que não votaram nele, como uma família que não é simpática, que não é uma família de boa educação.
Além disso, o prefeito eleito fez uma campanha considerada ridícula por muita gente, em cima de um carro de som, fazendo um discurso sem sentido, sem propostas, feito um vendedor ambulante, inclusive sendo acusado por parte da população de desrespeitar a lei eleitoral, ao não parar de falar ao microfone quando passava por prédios públicos como escolas e prédios dos PSF's.
Quando foi prefeito, às vésperas das eleições de 2012, mesmo sendo do PV (Partido Verde), derramou asfalto em cima de inúmeras ruas calçadas, enquanto deixava milhares de brumadinenses morando em ruas de poeira. 
Apesar disso tudo, o prefeito eleito recebeu apoio de gente do bem, de gente esclarecida e até de professoras e professores. Em seu programa de governo registrado no TSE, de apenas 11 propostas, não há nenhuma proposta para a Educação. Aliás, a palavra "Educação" sequer é citada no Programa. Além disso, seu governo anterior é acusado de ser perseguidor de servidores públicos, inclusive de professoras e professores. No entanto, nem mesmo isso impediu que esses profissionais gravassem um vídeo de apoio. Embora sem conteúdo, sem nenhuma proposta de governo, embora sem explicar a causa do apoio e por que pediam voto para o 43, essas professoras resolveram apoiar esse prefeito eleito.
No fim das contas, apesar disso tudo, 11.955 pessoas votaram nele. O que quer dizer que os cientistas políticos, inclusive os de Brumadinho, têm agora um bom material para analisar e para tentar entender por que, apesar de tudo que envolve o prefeito eleito e sua família, a população votou neste homem para ser o prefeito pelos próximos quatro anos.
Com a palavra, os analistas políticos! 

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