Por
Paulo Nogueira
Lula simplesmente brilhou ao processar Moro por abuso de poder.
Pode não dar em nada? Aliás: deve não dar em nada, em termos
práticos.
Mas do ponto de vista simbólico é um gesto extraordinário. Acima
de tudo, mostra que Lula foi para a ofensiva.
Ele apanhou calado durante muito tempo.
Tipos como Sérgio Moro tiram proveito disso. É aquele brigão de
rua que cresce quando os outros não reagem.
O que Moro tem feito com Lula vai muito além de abuso. É uma
perseguição fria, metódica, impiedosa, na qual ele se vale da companhia da
Globo.
Um grande jurista do passado, o alemão Rudolph Ihering, entrou
para a história do direito quando elaborou a tese de que quem não busca
justiça, mesmo em condições adversas, “merece rastejar como um verme”.
Processe, processe sempre que alguém insultar, caluniar, difamar
você. Ainda que você não ganhe, contribuirá para o aprimoramento da Justiça.
Uma semente será lançada.
Este o monumental ponto de Ihering.
Lula seguiu o caminho prescrito por ele. Lula não nasceu para
“rastejar como verme”, e isso tinha que ficar claro para Moro.
Ficou.
Parabéns, entusiasmados parabéns, para Lula e equipe.
Paulo Nogueira, jornalista, é fundador e
diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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