Há mais de seis
meses, milhares de brumadinenses estão sem iluminação pública em inúmeros
lugares, por todos os cantos do Município. Apesar de não ter o serviço, os
brumadinenses estão pagando por um serviço que não está lhes sendo oferecido!
Agora, após o fim
da taxa de lixo, o Vereador Reinaldo Fernandes (PT) quer o fim da cobrança da
Taxa de Iluminação Pública.
O vereador acaba
de protocolar, na Câmara Municipal de Brumadinho, o projeto de lei nº 69/2016,
que tem como finalidade revogar a cobrança da Taxa de Iluminação Pública -,
instaurada pelo Código Tributário Municipal pelo ex-prefeito Gibiu, e cobrada a
partir de 2002, tendo subsequentes alterações na lei em 2011 - quando o
prefeito à época estipulou cobrança única de R$ 40,00 - e em 2015.
Reinaldo explica
que é preciso acabar com a Taxa porque ela é ilegal. Segundo Reinaldo, "a
doutrina administrativista, de forma quase uníssona, classifica o serviço de
iluminação pública como aquele prestado pelo Estado INDISCRIMINADAMENTE, DE
FORMA GERAL E UNIVERSAL, portanto REMUNERÁVEL APENAS POR IMPOSTOS. Se não fosse
assim, cada um de nós, vereadores e população em geral, deveríamos ter em nossa
casa um interruptor: assim, quando fôssemos nos recolher ao descanso noturno,
quando fôssemos dormir, poderíamos e deveríamos “desligar” o poste diante de
nossa casa, até porque, dormindo, não precisamos da iluminação dele. No
entanto, e é claro, não o fazemos, porque o poste deve estar com sua lâmpada
acesa para todos que passam pela rua, pela praça, ‘pois a iluminação pública
beneficia a coletividade INDISCRIMINADAMENTE’”.
O vereador lembra
ainda que o Supremo Tribunal Federal, em análise do feito, decidiu que “o
serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, editando,
inclusive, a Súmula n° 670, notadamente por se tratar de SERVIÇO IMENSURÁVEL,
que NÃO ATENDE AOS CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE E ESPECIFICIDADE, conforme
previsto no art. 145, II, da CF/88 e no art. 77 do Código Tributário Nacional -
CTN.
Taxa ilegal
O vereador ainda
acrescenta em sua justificativa que "a iluminação pública não é um SERVIÇO
PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL, utilizado pelo contribuinte. Repita-se que o
serviço de iluminação pública é utilizado por TODA a sociedade". E
questiona: “milhares de brumadinenses ESTÃO SEM ILUMINAÇÃO PÚBLICA em inúmeros
lugares, por todos os cantos do Município, de Suzana ao Córrego Frio; de Mato
Dentro a Casa Branca; de São José do Paraopeba até qualquer parte de
Brumadinho. E isso há mais de 6 (seis) meses! E PAGANDO por um serviço que não
está lhes sendo oferecido! E quem vai devolver a esses milhares de brumadinenses
o dinheiro que pagaram sem receber o serviço?
Inexistência do
fato gerador
O vereador do PT
lembra que a atual cobrança possui “inexistência do FATO GERADOR”, que nada
mais é o fato que irá gerar a incidência do tributo, a materialização da
situação que a Lei definiu de forma abstrata. Assim, se a lei disse: “FATO
GERADOR do ICMS é a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte’,
quando esta situação se materializar, ou seja, quando efetivamente a mercadoria
sair do estabelecimento, dizemos que houve um fato que gerou a obrigação
tributária principal”.
No caso da Taxa
de iluminação Pública não existe fator gerador porque a taxa não pode ser
cobrada, é ilegal.
Tramitação do
Projeto na Câmara
O projeto já foi
colocado em pauta de comissões permanentes da Câmara no último dia 20 de
outubro. Mesmo diante da defesa contundente do vereador Reinaldo Fernandes
(PT), parte dos vereadores ficou em dúvida quanto à aprovação do PL e a
discussão não foi concluída.
Vereador faz
abaixo-assinado
Diante da dúvida
de alguns colegas, o vereador Reinaldo Fernandes (PT) foi às ruas ouvir a
opinião da população. O Gabinete de Fernandes instalou-se na Praça da Bandeira
com um abaixo-assinado de apoio ao Projeto de Lei. Logo na primeira manhã,
dezenas de pessoas assinaram o documento, apoiando a iniciativa do petista.
Até o fechamento
desta edição, pelo menos XXX pessoas tinham assinado em apoio à iniciativa de
Fernandes.
“Tenho absoluta
certeza de que os colegas vereadores votarão a favor do projeto, já que a Taxa é
ilegal e o seu fim significará economia no bolso dos brumadinenses”, diz
Reinaldo Fernandes. “Além disso, esse é o desejo da população, e os vereadores
representam, a população”, conclui Reinaldo.
Aprovado o
projeto, toda a população de Brumadinho será beneficiada mais uma vez, com uma
redução na carga tributária a partir de janeiro de 2017.
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