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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Edição 130-Novembro/2011
Academias ao ar livre viram febre no Brasil

As academias ao ar livre fazem parte do programa do governo federal Brasil Saudável, projeto que ainda em 2005 começou a planejar ações que visam à mudança de alguns hábitos dos brasileiros, como o sedentarismo e o tabagismo. São patrocinadas por governos estaduais ou o Federal. 
Bom negócio para prefeitos, elas muitas vezes são doadas pelas empresas interessadas em propagandas de seus aparelhos ou compradas por um preço muito baixo (podem ser adquiridas até por 7.950,00).
Elas estão presentes em milhares de cidades brasileiras. Em Brumadinho, estão em lugares como José Henriques, Brumado, ao lado da Quadra, no trevo da saída para BH e Aranha. Elas podem proporcionar saúde e bem-estar, mas é possível que os maiores benefícios não sejam colhidos pelos usuários. Quase sempre funcionando sem orientação de um profissional, a população usa dos aparelhos sem saber qual parte do corpo é trabalhada nos equipamentos.
Muitas dessas academias, espalhadas Brasil afora, foram concebidas por pessoas sem conhecimento de Biomecânica, explorando um nicho de mercado que é a autopromoção de Prefeituras e prefeitos.
Não há como avaliar se tais academias são boas ou más sem que haja uma estatística de lesões associadas a elas. Elas podem até mesmo ser excelentes mas existe um risco por que foram concebidas por pessoas sem conhecimentos de Biomecânica. E como os usuários fazem o exercício de qualquer jeito, sem orientação alguma, o risco de lesões aumenta ainda mais!
Para alguns especialistas a novidade pode trazer sérios riscos, comprometendo à saúde caso não haja um acompanhamento médico de aptidão na prática e uso dos equipamentos. “Um exercício executado de forma errada não só pode comprometer os efeitos benéficos da prática, como também reforçar complicações que o usuário já apresenta”, defende o site http://prosaeprozac.wordpress.com.
A população, é claro, acolhe muito bem uma inciativa de disponibilizar gratuitamente uma academia ao ar livre. No entanto, a população deve avaliar os reais interesses que levaram a montagem das academias e dependendo deles, se elas realmente são benéficas para o povo ou apenas para a reputação do político.
Como foram concebidas essas academias? Foram doadas? Dinheiro do Governo Federal ou estadual? Quanto custaram? Por que as academias instaladas em Brumadinho têm a propaganda da empresa Ziober, de Maringá, no Paraná? Alguém sabe quais as vantagens delas? Nesta matéria, o jornal de fato traz informações que ajudarão o leitor a ter uma opinião mais clara sobre o assunto e os cuidados com sua saúde.

Betim: academia na praça

Dois locais de Betim realizam o programa “Academia Esporte na Praça“. A segunda academia foi instalada em abril na Praça Alzira Rosa de Jesus, no cruzamento das avenidas Amazonas e Edmeia Mattos Lazarotti. A implantação do espaço é uma iniciativa da Prefeitura de Betim, por meio da Secretaria Municipal de Esportes (Seme). 
A primeira unidade da “Academia Esporte na Praça“ começou a funcionar no início do ano. O primeiro local beneficiado com o programa está localizado no começo da pista de caminhada da Avenida Edmeia Mattos Lazarotti, ao lado da Praça Tácido Guimarães

Osasco entrega mais 3 academias ao ar livre

O prefeito de Osasco (SP), Emidio de Souza, realizou a entrega de mais 3 academias ao ar livre na cidade. Foram contemplados a Praça Dicran Echeferian, em Presidente Altino, a Praça Cristo Redentor, no Alto do Farol, e o Parque Clóvis Assaf, na Cidade das Flores.
A Praça Dicran Echrefian ganhou alongador, multiexercitador, simulador de surfe, de cavalgada e de remo. A praça ganhou também uma pista de cooper. Já a Praça Cristo Redentor, no Alto do Farol, ganhou alongador, simulador de cavalgada, simulador de remo e simulador de surfe. 
A última entrega foi no parque Clóvis Assaf, na Cidade das Flores, que ganhou multiexercitador, simulador de surfe, caminhada, remo e cavalgada, alongador e esqui. 
As informações são do Departamento de Comunicação Social da Prefeitura.

São José dos Campos possui 27 academias ao ar livre
Espaços funcionam com orientação de monitores

Desde que surgiram as academias ao ar livre em inúmeras cidades do Brasil, os sedentários têm mais trabalho para se justificar suas preguiça. Em São José dos Campos (SP), esses espaços têm monitores até aos sábados. As academias têm painéis que explicam como usar os aparelhos. Mas o ideal é que as pessoas façam os exercícios sob a orientação de um monitor. Todas elas têm monitores em dois horários. Pela manhã, das 7 às 10 horas, e depois, das 17h às 19h. "As orientações são desde as vestes até a postura para que as pessoas tenham melhor aproveitamento dos exercícios", orienta a monitora Kátia Moura.
São José dos Campos (SP) possui 27 academias ao ar livre, instaladas em 24 bairros. Até o final do ano, serão 55 academias.
Segundo a prefeitura, cerca de 14 mil pessoas são atendidas por mês, pelo Programa Cidade em Movimento, coordenado pela Secretaria de Esportes e Lazer, onde 54 professores de Educação física orientam a população que utilizam as academias ao ar livre. 
Além de oferecer práticas de atividades físicas, as academias ao ar livre proporcionam aos frequentadores a oportunidade de fazer novas amizades. Incentivados pelos monitores, toda sexta-feira, as pessoas que frequentam as academias, realizam um café da manhã comunitário. A prefeitura pretende instalar, mais 33 academias até o final do ano. 


Por intermédio do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC), o programa Academia ao Ar Livre foi implantada em cerca de 40 municípios de Minas Gerais. A medida trouxe estímulo à prática de esportes nas cidades em que o programa foi implantado.
Carmo do Rio Claro foi um dos municípios beneficiados. Outro foi Guaranésia. Lima Duarte também foi contemplada, além Arceburgo.
A “Academia ao Ar Livre” tem sido uma prática também no Estado do Paraná com a implantação do programa em várias cidades.

“Academia ao Ar Livre” em Guaranésia

Em Guaranésia (MG), foram instalados 10 aparelhos que compõe a Academia ao Ar Livre na Praça da Bíblia (Praça do Cemitério), complementando o playground da antiga alameda que era a Praça de Alimentação.
Recentemente foi instalada uma Academia ao Ar Livre na Praça Gaí G.R. Dias, uma em Santa Cruz do Prata e uma outra no Pátio da Antiga Estação.

Academia ao ar livre inaugurada em Bauru

No dia 22 de agosto, a primeira Academia do Idoso ao ar livre foi inaugurada em Bauru (SP), segundo o site http://www.faac.unesp.br. A academia está localizada no Jardim Ferraz, na Praça Vidigal, próxima a Sociedade Hípica de Bauru.
A academia instalada na Praça Gastão Vidigal é a única academia ao ar livre que conta com participação profissional para orientar os usuários. Segundo a secretária de Bem-Estar Social, Darlene Tendolo, cinco outras academias também poderão contar com a presença de profissionais.

Academias custam pouco

As academias ao ar livre fazem parte do programa do governo federal Brasil Saudável, projeto que ainda em 2005 começou a planejar ações que visam à mudança de alguns hábitos dos brasileiros, como o sedentarismo e o tabagismo. Entendidas como boa ideia, governos estaduais também costumam liberar dinheiro para cidades implementá-las.
No entanto, vista como bom negócio para prefeitos, elas muitas vezes são doadas pelas empresas interessadas em propagandas de seus aparelhos. Nas academias de Brumadinho, a propaganda é de uma empresa de Maringá, no Paraná, de nome Ziober. Elas podem ainda ser compradas por um preço muito baixo (podem ser adquiridas até por 7.950,00).
Um das empresas que vendem academias ao ar livre o fazem pelo site http://domsilverio.olx.com.br. Veja abaixo a resposta de “Fabiano” a uma pergunta de uma pessoa interessada em adquirir os equipamentos:
“Fabiano diz: Agosto 31
Boa noite, Possuimos academias ao ar livre individual, composto por lixeira, banco, placa e mais dez equipamentos (12.000,00) e outro modelo com lixeira, banco, placa e mais 5 equipamentos a serem escolhidos pelo comprador no valor de 7.950,00.”

Estratégia política

“Montar uma academia pública é muito mais barato do que construir um hospital. (...) Principalmente porque essas instalações têm baixo custo, podem ser viabilizadas com o apoio de parcerias ... As academias abertas a todos têm tudo o que um administrador pode querer: custam barato, proporcionam saúde e bem-estar, fazem o eleitor feliz e economizam dinheiro dos cofres públicos.” Essa é a opinião de Waldyr Soares, Presidente da Fitness Brasil, INDÚSTRIA de aparelhos de academias, em Editorial da revista Fitness Business, maio/junho 2008.

Academias ao ar livre podem comprometer saúde

Totalmente práticos, bonitos, arrojados, de ultima geração e o melhor, podem ser utilizados democraticamente por qualquer pessoa, criança, adulto, jovem ou idoso. Estas são alguns dos adjetivos dos aparelhos de ginástica que atualmente compõe as mais de 10 praças de Belo Horizonte nas chamadas ‘Academias ao ar Livre' ou ‘Academias da Terceira Idade' (ATI's), abertas ao público. O foco do atual projeto é o ‘combate ao sedentarismo', primordialmente entre os idosos.
Criadas a partir de 2007 no Brasil seguindo o modelo adotado em Pequim, Capital da China, as academias tem o apoio da Unimed, Cooperativas de Saúde e Prefeituras. Para alguns especialistas a novidade pode trazer sérios riscos, comprometendo à saúde caso não haja um acompanhamento médico de aptidão na prática e uso dos equipamentos. Para Behnam Talebipour, fisiatra, médico do esporte do ‘Minas Tênis Clube' e diretor de defesa profissional da ‘Associação Médica de Minas Gerais' (AMMG), o paciente deve ter lembra atenção ao iniciar os exercícios, consultando um médico se for preciso.

Liberdade demais?
Frequentadores não passam por avaliação médica ou orientação para utilizar os aparelhos

Em Frederico Westphalen (RS), elas são três: uma na Praça da Matriz, outra na Barril e a última no distrito Osvaldo Cruz. As academias ao ar livre fazem parte do programa do governo federal Brasil Saudável, projeto que ainda em 2005 começou a planejar ações que visam à mudança de alguns hábitos dos brasileiros, como o sedentarismo e o tabagismo. Em parceria com o governo estadual, foram instaladas as três academias que hoje funcionam na cidade, e há previsões de mais duas, ainda sem local definido.
A mais popular delas é a da Praça da Matriz. Nos finais de tarde e fins de semana, o movimento é grande. As reclamações, também. A principal delas é a carência de um profissional para orientação à atividade física. Os aparelhos não apresentam sobrepeso, ou seja, o usuário se exercita utilizando o peso do próprio corpo. A falta de auxílio compromete o benefício dessa atividade. Um exercício executado de forma errada não só pode comprometer os efeitos benéficos da prática, como também reforçar complicações que o usuário já apresenta.
As informações são do site http://prosaeprozac.wordpress.com

Para que servem as academias ao ar livre

“Todos nós sabemos dos benefícios da prática de exercícios físicos para as pessoas: melhora a qualidade de vida delas, a saúde e a longevidade. No entanto, praticar uma atividade física com má orientação pode trazer problemas sérios para as pessoas. Hoje está se tornando uma prática comum Prefeituras de todo o Brasil disponibilizarem em parques e praças. Academias ao ar livre já estão presentes em milhares de cidades brasileiras.
Uma boa iniciativa, com certeza, mas é possível que os maiores benefícios não sejam colhidos pelos usuários.
Enquanto numa academia convencional sabemos qual o nome dos exercícios e qual parte do corpo é trabalhada nos equipamentos, você já parou para pensar sobre quais exercícios e quais trabalhos são feitos nesses aparelhos de ginástica grátis?
Sabe também que melhorias nas capacidades físicas e nos indicadores bioquímicos eles promovem? Será que todo tipo de pessoa pode se beneficiar deles, e sem se machucar? Há um jeito certo de usar os aparelhos?
A realidade é que a maior parte das pessoas não tem essas respostas mesmo que as academias ao ar livre já estejam presentes em milhares de cidades brasileiras.

Dois motivos por que uma Prefeitura monta uma academia ao ar livre

Como as Prefeituras são responsáveis por pagarem uma parte dos gastos da saúde pública no Brasil, sobre o aspecto financeiro é bem interessante que as pessoas da cidade tenham uma boa saúde e precisem de menos atendimento médico. Esse é bom motivo para se montar uma academia gratuita.
Um outro motivo, não tão divulgado, mas que provavelmente prevalece sobre o primeiro, é que grande parte das academias para terceira idade grátis são doadas por uma empresa, em troca de uma pequena publicidade. (Nota da redação: isso pode ser comprovado por Editorial da revista Fitness Business, maio/junho 2008, assinado por Waldyr Soares, Presidente da Fitness Brasil, indústria de aparelhos de academias que garante que “... essas instalações (...) podem ser viabilizadas com o apoio de parcerias”) E como a imprensa costuma divulgar com destaque a inauguração de uma academia grátis, a Prefeitura tem uma ótima exposição na mídia sem gastar dinheiro para isso. Excelente para os projetos políticos dos prefeitos…
Algumas pessoas podem sentir algum incômodo sobre a esperteza de certos prefeitos mas até aí não há nada a se questionar. O grande problema é o como essas academias foram concebidas e se realmente trazem benefícios.

A origem das academias

Como foram concebidas essas academias? Alguém sabe quais as vantagens delas? Você irá encontrar tais repostas no trecho seguinte, transcrito da uma reportagem da Revista Época, feita por Francine Lima, que aborda o mesmo tema:
“No último sábado, abordei adultos e adolescentes que usavam os aparelhos de metal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Perguntei a eles para que serviam os equipamentos que estavam usando. Deram-me respostas diferentes. Um dizia que o “Simulador de caminhada” servia para alongar as pernas, mas outro fazia a tal caminhada simulada tão rapidamente que supus que ele pretendia fazer ali um trabalho cardiovascular. A placa de identificação do aparelho não dava instruções. Só marcava numa ilustração quais eram as partes do corpo supostamente trabalhadas. Fiquei com a impressão de que os usuários não estavam bem informados.
Ontem, conversei com Heraldo Guiaro, da administração do Parque do Ibirapuera. Ele me contou que os 52 aparelhos instalados no parque foram doados por uma empresa chamada Physicus, de Auriflama, no interior de São Paulo. Doados. Antes de aceitar a doação, porém, a administração do parque teria se reunido com gente da Secretaria Municipal de Esportes para avaliar a qualidade dos equipamentos.
Roberto Rivelino, profissional de educação física da secretaria de esportes, confirmou a história por telefone. “Nós vimos as fotos do catálogo da Physicus e a descrição de como funcionavam”, me disse Rivelino. As fotos. Então ninguém viu os aparelhos pessoalmente antes de aceitar a doação? Ninguém verificou o design das peças, a mecânica dos movimentos? Ninguém pediu referências da empresa? Não compararam os produtos com equivalentes de outras marcas? Não fizeram perguntas para o responsável técnico da Physicus? Não. Rivelino me disse que não fizeram nada disso. Quando finalmente receberam o carregamento, tudo que verificaram foi o acabamento das peças.
Bem, agora os aparelhos estão em pleno funcionamento, e os usuários parecem estar gostando. Perguntei a Roberto Rivelino sobre as funções de alguns aparelhos e as alterações benéficas que eles promovem no corpo. Falamos especificamente de um que lembra um volante. Rivelino disse que esse movimenta as articulações e a musculatura dos ombros, e que é para ser um complemento de outras atividades físicas. Mas que tipo de trabalho muscular se executa ali, e que tipo de qualidade física está sendo melhorada? Seria a força? Não. O aumento da massa muscular? Não. A resistência muscular? A capacidade cardiovascular? Rivelino fez silêncio.
Não estava fácil conseguir respostas. Procurei então o responsável por outra academia ao ar livre na cidade. O Hospital Samaritano, que patrocina a Praça Irmãos Karmann, administrada pela Subprefeitura da Lapa, me informou investiu R$ 220 mil na revitalização da praça e apenas R$ 10 mil na compra e instalação da academia ao ar livre, em outubro do ano passado. (É muito barato. Numa academia convencional, um único aparelho pode custar metade disso.) Embora o Hospital Samaritano tenha bancado tudo, “quem desenvolveu o projeto e deu as diretrizes foi a Coordenadoria de Áreas Verdes da Secretaria de Subprefeituras”, disse a assessoria de imprensa do hospital.
Continuei procurando um especialista que me falasse dos critérios técnicos para aprovar a compra dos equipamentos pela prefeitura. Afinal, era um projeto municipal para melhorar a saúde da população, e imaginei que houvesse um especialista em envolvido. Não achei.
Resolvi ir direto às origens: a fabricante da academia. Ali certamente alguém saberia me dizer como os equipamentos foram criados, que estudos de mecânica e fisiologia foram feitos, que argumentos científicos foram usados para convencer tantas prefeituras a apostar nesse tipo de exercício como solução para a qualidade de vida dos idosos e da população em geral.
Com a dica do Samaritano, achei a empresa Ziober, sediada em Maringá (PR). Quem me atendeu foi Aluizio Marques Junior, diretor comercial da empresa. Ele me disse que a marca Ziober já está em 1300 municípios brasileiros, em quase todos os estados, totalizando mais de 2000 academias ao ar livre. Disse também que cerca de 70% delas são projetos de prefeituras, mas que também estão em condomínios, clubes e outros locais privados. “Só em São Paulo já temos cem academias”, afirmou Junior, como prefere ser chamado.
Junior começou a contar como esse sucesso todo começou. Ele diz que, há cerca de cinco anos, quando ainda era vendedor de livros, viu no Globo Repórter uma matéria sobre uma academia ao ar livre na China. Achou que era uma ótima ideia e cutucou seu “amigo de boteco” Paulo Ziober, que na época trabalhava como dobrador de tubos. Justamente os tubos de aço-carbono de que são feitos hoje os aparelhos da Ziober. Resolveram montar um negócio juntos, e deu muito certo.
E como um vendedor de livros e um dobrador de tubos de repente viraram empresários bem-sucedidos do ramo de fitness? Achei que Junior iria dizer que contrataram um designer ótimo, especializado em aparelhos de ginástica, mas não foi nada disso. Junior diz que foram eles dois mesmo que criaram os aparelhos, baseando-se no que conheciam das academias convencionais. E que, só depois que estava tudo pronto, chamaram um “professor de ergonomia” de uma universidade local e um conhecido professor de judô da cidade para dar o aval.
O primeiro cliente da Ziober foi a prefeitura de Maringá. Junior conta que o prefeito se empolgou com a ideia, até porque não precisou tirar um tostão do bolso. A Unimed patrocinaria a primeira (que custou menos de R$ 20 mil) e várias outras das 42 academias ao ar livre da cidade. O projeto foi batizado de Academia da Terceira Idade (ATI), e ganhou um slogan poderoso: “Quem vai para a ATI não vai para a UTI”. Logo, logo, as ATIs viraram um ótimo negócio não só para a Ziober, mas também para as empresas de saúde e as prefeituras, que passaram a aparecer na mídia como criadoras de programas públicos de qualidade de vida.
E para a população, foi um bom negócio? Voltei às perguntas sobre as funções dos aparelhos e os benefícios dos exercícios para a saúde. “Não lembro direito as funções dos aparelhos”, confessa Junior, o criador dos mesmos. “Mas procuramos fazer de um jeito que fosse seguro para a terceira idade. Para os jovens não dá muito resultado de ficar musculoso, porque são aparelhos sem peso. Não há relatos de alguém que tenha se machucado.”
Ainda assim, Junior acredita que a academia seria mais benéfica se as prefeituras assumissem a responsabilidade de orientar os usuários. Segundo ele, dificilmente elas mantêm um profissional instruindo as pessoas sobre como se exercitar ali. Sem isso, como saberão se estão mexendo os músculos e gastando energia na melhor medida possível?”

Academia para terceira idade: muito além da saúde: promoção para prefeitos

Pelo que se vê, essas academias foram concebidas por pessoas sem conhecimento de Biomecânica, explorando um nicho de mercado que é a autopromoção de Prefeituras e prefeitos.
Não há como avaliar se tais academias são boas ou más sem que haja uma estatística de lesões associadas a elas. Elas podem até mesmo ser excelentes mas existe um risco por que foram concebidas por pessoas sem conhecimentos de Biomecânica. E como os usuários fazem o exercício de qualquer jeito, sem orientação alguma, o risco de lesões aumenta ainda mais!
A população, é claro, acolhe muito bem uma inciativa de disponibilizar gratuitamente uma academia ao ar livre. No entanto, ainda falta a população o senso crítico de avaliar os reais interesses que levaram a montagem da academia e dependendo deles, se ela realmente é benéfica para o povo ou apenas para a reputação do político…”
As opiniões são do site www.saudeeforça.com, acessado em 25 de novembro de 2011, às 21 horas.

Academia para terceira idade: muito além da saúde: promoção para prefeitos

Pelo que se vê, essas academias foram concebidas por pessoas sem conhecimento de Biomecânica, explorando um nicho de mercado que é a autopromoção de Prefeituras e prefeitos.
Não há como avaliar se tais academias são boas ou más sem que haja uma estatística de lesões associadas a elas. Elas podem até mesmo ser excelentes mas existe um risco por que foram concebidas por pessoas sem conhecimentos de Biomecânica. E como os usuários fazem o exercício de qualquer jeito, sem orientação alguma, o risco de lesões aumenta ainda mais!
A população, é claro, acolhe muito bem uma inciativa de disponibilizar gratuitamente uma academia ao ar livre. No entanto, ainda falta a população o senso crítico de avaliar os reais interesses que levaram a montagem da academia e dependendo deles, se ela realmente é benéfica para o povo ou apenas para a reputação do político…”
As opiniões são do site www.saudeeforça.com, acessado em 25 de novembro de 2011, às 21 horas.

As academias de Brumadinho
Fabricante diz que não lembra “as funções dos aparelhos”

As academias instaladas em Brumadinho são de um fabricante chamado Ziober, empresa sediada em Maringá (PR). Segundo Aluizio Marques Junior, diretor comercial da empresa, a marca Ziober já está em 1300 municípios brasileiros, em quase todos os estados, totalizando mais de 2000 academias ao ar livre. Em entrevista dada à revista época, Aluizio disse que era vendedor de livros, viu no Globo Repórter uma matéria sobre uma academia ao ar livre na China e achou que era uma ótima ideia. Associando-se a Paulo Ziober, que na época trabalhava como dobrador de tubos, montaram a empresa Ziober.
Curiosamente, os proprietários da Zieber não contrataram um designer ótimo, especializado em aparelhos de ginástica. Junior diz que foram eles dois mesmo que criaram os aparelhos, baseando-se no que conheciam das academias convencionais. E que, só depois que estava tudo pronto, chamaram um “professor de ergonomia” de uma universidade local e um conhecido professor de judô da cidade para dar o aval. Ou seja, as academias instaladas em Brumadinho possui aparelhos que foram criados sem estudos de mecânica e fisiologia, por pessoas que viram nelas uma ótima forma de ganhar dinheiro fácil.
Perguntado sobre a função dos aparelhos, Aluizio Marques Junior, um de seus criadores, respondeu: “Não lembro direito as funções dos aparelhos.” E completa: “Mas procuramos fazer de um jeito que fosse seguro para a terceira idade. Para os jovens não dá muito resultado de ficar musculoso, porque são aparelhos sem peso.”
O próprio Junior acredita que a academia seria mais benéfica se as prefeituras assumissem a responsabilidade de orientar os usuários. Segundo ele, dificilmente elas mantêm um profissional instruindo as pessoas sobre como se exercitar ali. Sem isso, como saberão se estão mexendo os músculos e gastando energia na melhor medida possível?”
As academias ao ar livre viraram um ótimo negócio não só para a Ziober, mas também para as empresas de saúde e as prefeituras, que passaram a aparecer na mídia como criadoras de programas públicos de qualidade de vida. O primeiro cliente da Ziober foi a prefeitura de Maringá. Junior conta que o prefeito se empolgou com a ideia, até porque não precisou tirar um tostão do bolso. A Unimed patrocinaria a primeira (que custou menos de R$ 20 mil) e várias outras das 42 academias ao ar livre da cidade. 

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