de fato

Edição 130-Novembro/2011

Espaço Poético

Dando continuidade à publicação dos poemas do V Concurso de Poesias do Jornal de fato, trazemos nesta edição mais 3 poemas vencedores do prêmio “As 10 Melhores”. Eles são da autoria de Isael Pereira da Silva, Amélia Luz e Nídia Maria de Jesus.

Isael participou do concurso do jornal de fato pela segunda vez. Já faturou dois prêmios com três poemas inscritos. Desta vez, repetiu a dose: três poesias inscritas, duas delas classificadas entre “As 10 melhores”: “Fogão à lenha” e “Canção das águas” (já publicada na edição passada).

Amélia Luz emplacou todas as três entre as “10 Melhores”: “Celeiro do tempo” (já publicada na ed.129), “O fotógrafo” e “Mulheres camponesas”.  Moradora de Pirapetinga, escreve também crônicas, contos, e já recebeu várias premiações. É autora do livro “Pousos e Decolagens”.

Nídia Maria de Jesus é a pessoa que mais participou de concursos do jornal de fato: de todos! Grande poeta, fatura agora o 7º prêmio, com o poema “Interrogação”. Ela participou da 3ª edição do Belô Poético e no livro “Poetas em cena”, com os poemas “Brumadinho”, “Anelo” (vencedor de concurso do de fato) e “Intuição”. Participante do livro de Paulo Viotti, “Ser poeta mineiro, uai!”, com o poema “Meu querer”, o soneto “Rogativa” e trova com o tema “Deus”.

Vamos aos poemas!

V Concurso de Poesias do Jornal de fato – 2011

Fogão à lenha

Pseudônimo: Pássaro livre

Poeta: Isael Pereira da Silva

Vencedora do prêmio “As 10 Melhores”

Acende o fogo outra vez

Aquece o amor que a gente fez

Na ternura de um beijo

Reacende o desejo.

Meu bem, não se detenha

Deixe queimar a lenha

Ainda sinto a fumaça

Cada vez que você passa

Um fogo toma o meu interior

Me enlouquece de calor

Quero por mais lenha

Amor, venha!

A chopana empoeirada

Uma velha rede ainda amarrada

Exalando o seu cheiro

Por toda a casa sinto o tempero

Fogão a lenha queima

E nosso amor teima

Em resistir à força do tempo

Achama permace acesa

Todo dia tem amor na mesa

As coisas estão no mesmo lugar

O fogão a lenha queimando

Eu na varanda sonhando

Esperando você chegar

Mulheres camponesas

Pseudônimo: Amapola

Poeta: Amélia luz

Vencedora do prêmio “As 10 Melhores”

Mulher? Que estranho ser!!!

Mulher companheira

Do homem o braço direito

dos filhos o coração

da família o olhar intuitivo

indicador de rumos...

Mulher camponesa

entre alegrias e tristezas,

força no campo para encher o paiol

trabalhando de sol a sol

tengendo o gado

ao lado do marido

dividindo o fardo

do trabalho penoso a fazer...

Mulher, que estranho ser!...

Colhendo o trigo

preparando o pão

carregando a água da fonte

com os ombros vergados

ao peso dos baldes cheios.

No avental a semente

para plantar a terra preparada

esperando o alimento brotar

de suas mãos santas...

Juntando o feno

juntado os grãos

vigiando o gado leiteiro

separando os bezerros

e, na espera, a costura

entre os dedos calejados

nos remendos coloridos

das roupas cansadas...

O varal cheio, as panelas

ardendo no fogão em brasa

as crianças ao redor

esperando a refeição!

Mulheres camponesas

Entre alegrias e tristezas,

com certeza, Deus, com sua mão

de Criador perfeito, a dotou, desse jeito

como um ser divino, multiplicador,

com o poder de dar e zelar vidas!

Trazemos ainda nesta edição a poesia “Machado de Assis”, de José Maria, garotinho esperto filho do “Poeta do Lixo”, Aguinaldo Martins e da Valdete, ambos da Diretoria da ASCAVAP – Associação de Catadores de Material Reciclável do Vale do Paraopeba. Poesia inteligente em que ele nos fala do grande escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras.

Machado de Assis

Quem é esse cidadão

poeta de tanto talento

gago pobre epilético

do morro do livramento

um escritor de muita sabedoria

os livros mais vendidos nas livrarias 

filho do português Francisco de Assis

 e d. Leopoldina

deixa esse mundo ainda menina 

sua madrasta Maria Inês para Machado tudo fez 

Maria Inês era doceira Machadinho vendia seus docinhos

Machado começa a luta

seu poema vence na revista MARMOTA FLUMINENSE

Aí vêm o sucesso da vida com Poesia Cristálida

Aos 35 anos casa o gago do Morro do Livramento

Através de CAROLINA

 o mundo fica conhecendo  

o maior escritor de talento