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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Edição 130-Novembro/2011
Editorial
Os cabos eleitorais, as eleições de 2012 e o Ministério Público

Recentemente passei uma noite e manhã no Hospital Municipal acompanhando meu filho. Fomos muito bem atendidos, pelo médico e pelas várias enfermeiras, bastante atenciosas.  Mas confesso que fiquei admirado com a quantidade de gente que estava trabalhando ali, formando a Folha de Pagamento da Prefeitura. E olha que eram sábado e domingo, dias de folga de quase todos os servidores da Saúde. Fiquei observando e percebendo que a grande maioria era de gente nova na Saúde e lembrei-me de que não aconteceu concurso público nos últimos anos. Aliás, faz tempo que não é realizado concurso público em Brumadinho.
Lembrei-me então de uma leitora que comentava o desfile de 7 de setembro, oportunidade em que a Administração Municipal repassou uma “comunicação interna” solicitando a presença dos servidores. A leitora comentou que “tinha mais funcionários da saúde do que alunos”.
E a toda hora chega a notícia de que “fulana também está na prefeitura” e o beltrano também “entrou”. No entanto, a Constituição Federal reza que a forma de “entrar” para o órgão público é o concurso. Mesmo assim, se houver cargo vago. E, para criar cargos, isso só pode ser feito através de uma lei. E a Câmara não votou nenhum projeto criando dezenas ou centenas de cargos. Como o prefeito tem o controle sobre os vereadores, a impressão que se tem é a de que Nenen da ASA (PV) está passando por cima da lei e “inchando” a prefeitura.
E, se a Câmara não tem condições políticas ou morais para fiscalizar, está aí uma boa oportunidade para o Ministério Público Estadual agir. Afinal, no dia 26 de outubro, o MP itinerante esteve na cidade, fazendo propaganda de seu trabalho. Segundo o próprio MP, ele é um órgão independente, “o que lhe garante condições de fiscalizar o cumprimento da lei (...) por parte do Poder Público.” Cabe a ele, garante o próprio, “na condição de agente a serviço da cidadania, dos interesses sociais e da democracia, tomar providências para que se cumpra a lei, evitando que um grupo de pessoas, a comunidade ou a própria sociedade sejam lesados em algum de seus direitos”. E os brumadinenses que se prepararam, estudaram, pagaram a inscrição do Concurso Público estão, com certeza, sendo lesados em seus direitos.
Reinaldo Fernandes
Editor
E os demais brumadinenses também não podem ser lesados. E se, por acaso, o Prefeito vier a usar os empregos públicos como moeda de troca nas eleições de 2012 , eles poderão ser lesados.    

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