Edição 155 – Outubro/2013
Editorial
Prisão para o Aécio Neves e Anastasia: o
que você acha?
A bola da vez é a coleta de assinaturas para diminuir o valor da conta
de luz da CEMIG. O movimento acontece por toda Minas Gerais e em Brumadinho, em
forma de Plebiscito Popular, organizado por mais de 100 entidades sociais.
Enquanto isso, os mesmos mineiros sofrem com o descaso de outra empresa, a
COPASA. Água e luz, dois bens essenciais, à vida e a um mínimo de conforto.
Duas empresas supostamente públicas. O que nos leva a uma conclusão
genuinamente shakespeariana "Há algo de podre no reino
da Dinamarca."
A COPASA trata os municípios mineiros, seja Brumadinho, seja Cataguases,
Alfenas, Guaxupé, Rio Manso ou Bonfim, como se fossem lixo, como se não
merecessem um pingo de respeito. A CEMIG cobra pela energia
elétrica mais cara do Brasil, com um ICMS de 42,86% das famílias mineiras e de
0% das grandes empresas. E o que há de comum entre essas duas empresas?
Outrora empresas públicas (estatais), hoje já não o são. Criadas para servirem ao povo mineiro, as duas empresas, enquanto entes públicos, foram praticamente destruídas pela política do PSDB no governo de Minas, política levada de maneira mais profunda pelo ex-governador e atual senador Aécio Neves, continuada por Antônio Anastasia, com apoio de Dinis Pinheiro e a base de apoio da ampla aliança que os elegeu.
COPASA E CEMIG estão praticamente nas mãos dos empresários, esses cuja meta primeira e última é o lucro. Não um lucro qualquer, ou um lucro “aceitável” do sistema capitalista, mas o lucro desmedido, irresponsável ao extremo. Esse parece-me ser a raiz do problema nessas duas empresas. Pra se ter ideia, é de indignar-se quando ouvimos representantes da COPASA dizerem que a empresa não tem dinheiro para honrar seus compromissos com os municípios, ao mesmo tempo em que a empresa publica que seus lucros nos últimos cinco anos foi de R$ 2,3 bilhões (dois bilhões e trezentos milhões de reais).
Devemos nos indignar muito mais quando tomamos conhecimento dos lucros da CEMIG. Se a COPASA lucrou 2,3 bilhões em cinco anos, a CEMIG distribuiu R$ 4,5 bilhões (quatro bilhões e quinhentos milhões) aos seus acionistas. Apenas neste ano de 2013! Em 2012, distribuiu R$ 4,3 bilhões. Isso, em cinco anos, ultrapassa os 20 bilhões! A título de comparação, lembremo-nos de que o PIB – Produto Interno Bruto -, soma de todas as riquezas de um país – de muitos países do mundo não chegam a tanto.
Os empresários da COPASA e CEMIG, que, modo geral, são os que bancam as campanhas eleitorais de gente feito Aécio Neves, têm em suas mãos um filão! Como vendem bens essenciais, não precisam nem de fazer propaganda: como fornecedores únicos, em verdadeiro cartel, só nos dão duas opções: ou compramos esses serviços deles, ou compramos deles! Com demanda já garantida, e clientela sempre em crescimento, essas empresas têm lucro – e que lucro! – certo. Além disso, precisam fazer pouquíssimo investimento para continuarem a garantir seus lucros. Daí que o tratamento desonesto, imoral, ilegal, e de total desrespeito à população brumadinense e mineira torna-se mais criminoso. Em nossa última edição defendi a tese de que a Justiça deveria mandar prender o Presidente da COPASA. Um mês depois, diante das informações sobre a conta de luz da CEMIG, refleti melhor. Não é justo pegar “peixe pequeno”. Melhor ir à raiz do problema e fazer a coisa certa. Que tal a Justiça mandar prender os “tubarões”, os que mandavam e continuam mandando na CEMIG e COPASA, o ex-governador Aécio Neves e o atual, Antônio Anastasia?
Talvez a prisão desses dois seja o que falta para que COPASA e CEMIG mudem sua postura, respeitem os cidadãos mineiros, as leis e os contratos que assinam. Quem sabe, se forem presos, mesmo que por uns poucos anos, o ex e o atual governador não teriam uma oportunidade de refletir sobre a relação dessas empresas com Minas e Brumadinho?
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