Edição 155 – Outubro/2013
Plebiscito Popular pede
redução da conta de luz
Minas Gerais tem
a conta de energia elétrica mais cara do Brasil. O alto imposto cobrado pelo
Governo de Minas e sua política de aumentar os lucros dos sócios privados da
CEMIG são os responsáveis por esta conta tão alta. O ICMS da conta de luz
equivale a 42,86% da conta de energia. Uma família que paga uma conta de R$143,
por exemplo, está pagando R$ 43 de imposto estadual (ICMS). Em São Paulo e no
Distrito Federal o imposto é de menos de 14%. Ao mesmo tempo em que o Governo
de Minas cobra a conta de luz mais cara dos cidadãos brumadinenses e mineiros,
o governo não cobra o ICMS das grandes empresas.
Foram essas algumas
das razões que levaram centenas de entidades sociais de Minas Gerais, apoiadas
por partidos políticos mais populares, a propor um Plebiscito sobre a conta de
luz no estado. Plebiscito é um mecanismo de consulta à população para saber se
os cidadãos aprovam ou rejeitam determinada questão.
Mas as
reclamações não param aí.
“Política para os
ricos”
As mais de 100
entidades, incluindo sindicatos e movimentos sociais, que organizaram o
Plebiscito Popular criticam a política do PSDB no governo de Minas no que
respeita à cobrança pelo uso da energia elétrica, a que chamam de “política
para os ricos”. Cálculos de especialista ligados aos sindicatos, como o
Sindieletro – Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria
Energética de Minas Gerais – mostram o que chamam de “roubo na conta de luz”.
Enquanto uma
família mineira paga R$ 0,50 (cinquenta centavos) para cada kwh consumido, a
indústria mineira paga apenas R$ 0,16 (dezesseis centavos). A diferença fica
maior em relação aos grandes empresários de Minas, que pagam apenas R$ 0,05
(cinco centavos), ou seja, a esmagadora maioria da população, que são as
famílias, pagam 10 vezes mais.
Outra acusação
feita ao Governo de Minas, desde a primeira gestão de Aécio Neves (PSDB), é o
processo de privatização da CEMIG. O governo Aécio Neves, continuado por
Antônio Anastasia (PSDB), implementou uma política de venda de ações da CEMIG,
o que levou os empresários a se apropriarem de quase 50% da empresa. Assim, a
empresa passou a se preocupar principalmente com a distribuição de dividendos.
As entidades informam que só no ano de 2013, a CEMIG repassou R$ 4.500.000,00
(quatro bilhões e quinhentos milhões de reais) para os acionistas. Enquanto
isso, a empresa terceirizou serviços, não se preocupa com a segurança dos
trabalhadores, não investe em infraestrutura e a população sofre com as
constantes falhas no fornecimento de energia, como tem acontecido em Brumadinho.
O que o
Plebiscito Popular perguntou
O Plebiscito apresentava
duas perguntas aos cidadãos. Na primeira pergunta, se o cidadão concordava que
o governo de MG devia reduzir o ICMS, que representa 42% da conta de luz, para
14% (como é em São Paulo e no Distrito Federal). Na segunda, se ele concordava
que a CEMIG reduzisse em 50% (no mínimo) a tarifa de energia para o povo de MG.
A ideia das
entidades era coletar pelo menos um milhão de assinaturas, em todas as regiões
do estado. Agora, elas pretendem entregar o resultado da votação ao Governador
no sentido de pressioná-lo para que a CEMIG faça as reduções.
Coleta em Brumadinho
Em Brumadinho,
pelo menos três “entidades” participaram da coleta de assinaturas. O Sind-UTE –
Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, subsede Brumadinho –
visitou as escolas, onde explicou as razões da votação e colheu votos. A Casa
dos Conselhos, que funciona na Secretaria de Ação Social da Prefeitura também
recebeu votos.
Outra urna foi
organizada pelo Mandato Coletivo do Vereador Reinaldo Fernandes (PT). O Mandato
dirigiu-se à Praça da Bandeira, no Centro de Brumadinho, onde ficou conversando
com a população, explicando sobre os custos da energia elétrica e colhendo
votos. No dia 1º de novembro, os assessores do gabinete do Vereador Reinaldo
dirigiram-se para a localidade de Casa Branca, onde fizeram a atividade.
“Em pouco mais de
uma semana coletamos centenas de assinaturas”, explicou o vereador Reinaldo
Fernandes.
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