Edição 162 – Maio/2014
Aumento do Vale Alimentação continua
causando polêmica
O aumento no valor do Vale Alimentação dos servidores da Câmara continua
causando polêmica. Três razões fomentam a polêmica. A primeira delas foi o fato
de a Presidente da Câmara, Renata Mariliam, aumentado consideravelmente o vale
dos servidores que já tinham um valor 14% maior do que o vale dos servidores da
prefeitura. O aumento foi de 33,33%, passando dos 450 reais para R$ 600,00. A
segunda razão foi o fato de a Prefeitura ainda não ter reajustado o seu
tíquete, o que deveria ter feito desde 1º de abril. A terceira razão é a
confusão que a população de modo geral faz a respeito das funções da Câmara de
da Prefeitura, que são distintas e ainda a falta de conhecimento sobre o que
recebem os vereadores: servidores acreditam que vereadores também recebem vale
alimentação, o que não é verdade.
Defesa da Presidente
Renata Mariliam defendeu o aumento do benefício na Câmara alegando que “a
aquisição de gêneros alimentícios pelos trabalhadores brasileiros vem sofrendo significativo
aumento em nosso país”, “o valor de R$15,00 (quinze reais) ao dia para
alimentação de uma pessoa já não era capaz de suportar a despesa a que se
destina o benefício”. Ainda segundo ela, em nota na internet, foi “um ato
humano e de valorização de seus servidores”. O ato da Presidente recebeu apoio
de servidores do Legislativo, como João Lucas Kindlé, e Cristiano Calvelhe. O
primeiro é o Diretor Geral e o segundo, é concursado no cargo de motorista mas
exerce cargo comissionado de Tesoureiro.
Muitos servidores ficaram enfurecidos
com os vereadores. No entanto, a decisão não foi deles. Apenas a Presidente,
nos termos da Lei, tomou a decisão, e nem mesmo os componentes da Mesa Diretora
(vice-presidente e Secretário) não foram consultados pela Presidente. Quem é a
favor do aumento do vale alimentação e foi beneficiado, defende a postura da
Presidente: “Vale ainda ressaltar, que em jornal veiculado no município, fora
dito que os vereadores não foram consultados para que houvesse tal mudança nos
valores. De fato, tal consulta é dispensável, pois se trata de um ato
administrativo interno, sem a necessidade de opinião de alguns, o que
acarretaria tão somente no atraso dos trabalhos e decisões administrativas da
presidência e de responsabilidade única e exclusiva da mesma”, defendeu no
facebook Cristiano Calvelhe.
Lentidão da Prefeitura
Enquanto entre os servidores aumenta o
falatório – além das fofocas e maledicências próprias da “oposição” – a
Prefeitura mostrou muita lentidão na solução do problema, além de não dar
explicação que dá sobre a demora. Segundo a Secretária de Administração,
Valéria Moreira, o reajuste do cartão alimentação da Prefeitura ainda dependia
do impacto financeiro que estaria sendo feito pela Secretaria de Fazenda.
Apenas no dia 27 de maio, a Administração publicou o Decreto Nº 111,
reajustando o cartão alimentação em 6,2%. O art. 2º do Decreto dispõe que o
reajuste é retroativo a 1º de maio de 2014.
De acordo com a lei 1728/2009 que trata especificamente do
assunto, conforme já informado pelo jornal de fato, o tíquete deve ser
reajustado em relação ao dia 1º de abril e o reajuste mínimo é o da inflação
oficial, como dispõe o § 1º do art. 5º da Lei: “§ 1º - O valor estabelecido neste
artigo será atualizado monetariamente pelo Poder Executivo, via Decreto, com periodicidade
não inferior a 12 (doze) meses, tomando-se por base a variação do Índice de
Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, ocorrida no período ou outro indexador que
vier a ser adotada em sua substituição, condicionando-se eventual reajuste a
maior a disponibilidade de recursos orçamentário-financeiros.”
No DOM – Diário
Oficial do Município de Brumadinho – do dia 23 de maio, a Prefeitura
tornou público o contrato nº 095/2014, cujo objeto é a “confecção e
fornecimento de vales alimentação processamento e carga de Créditos
Eletrônicos”. A empresa contratada é a mesma Verocheque Refeições Ltda, com
valor total estimado em R$ 8.725.670,40 (oito milhões, setecentos e vinte e
cinco mil e seiscentos e setenta reais e quarenta centavos) para até 5 de maio
de 2015. Já a Secretaria de Saúde tornou público o contrato 096/2014, tratando
do mesmo assunto. Na saúde são mais R$ 4.552.436,40 (quatro milhões, quinhentos
e cinquenta e dois mil, quatrocentos e trinta e seis reais e quarenta
centavos), totalizando R$ 13.278.106,80 (treze milhões, duzentos e setenta e
oito mil, cento e seis reais e oitenta centavos). O total equivale a
aproximadamente 7% do orçamento anual a ser gasto apenas com o cartão
alimentação.
Culpa dos vereadores?
“Lamentavelmente, em nossa cidade, tende-se
a confundir os atos do Poder Legislativo vinculando-os aos do Executivo.
Entretanto, por conceito duramente conquistado ao longo da história, os Poderes
da República são independentes em orçamento, gestão e servidores próprios, mas
harmônicos entre si para que um não se sobressaia aos demais. Nesse sentido,
cada gestor de Poder Municipal (Presidente da Câmara e Prefeito) pode, e deve,
limitado ao seu âmbito de atuação, propor o que for mais benéfico para seus
servidores, dentro da realidade financeira e orçamentária destes”, disse a
Presidente da Câmara em sua nota de esclarecimento.
Correta a vereadora. Cabe apenas ao prefeito fazer o reajuste
do tíquete dos servidores da Prefeitura. Isso não passa pela Câmara. Só o
prefeito decide a respeito. Apesar da fofoca que corre entre os servidores, de
que este ou aquele vereador votou contra – o nome muda de acordo com o vereador
a que se quer atingir de forma mentirosa – nenhum vereador discutiu ou decidiu
sobre o assunto. Nenhum vereador tem poder de decidir sobre o
tíquete-alimentação dos servidores da Prefeitura. Apenas o Prefeito Brandão tem
esse poder de decidir, e sozinho: essa questão não é discutida pela câmara.
As pessoas que
estão produzindo ou reproduzindo esses boatos, de duas a uma: a) ou estão
desinformadas sobre o papel dos vereadores e do Prefeito ou b) estão agindo de
má-fé, ou seja, mesmo sabendo que os vereadores nada têm a ver com a falta de
reajuste do tíquete-alimentação dos servidores da Prefeitura estão falando isso
- por si mesmas ou a mando de alguém – na tentativa de prejudicar os
vereadores.
Quem pode
esclarecer sobre o valor do reajuste do tíquete é a Prefeitura e não a Câmara.
Segundo o site da Prefeitura, o valor do cartão foi para R$ 388,37. A
Prefeitura registrou em sua nota que a lei condiciona eventuais reajustes acima
da inflação à disponibilidade de recursos da Prefeitura.
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