Edição 162 – Maio/2014
Cultura
Artistas
locais ficam sem apoio
Edital
de Projetos foi suspenso pelo Conselho de Cultura
Os artistas de
Brumadinho ficam sem o apoio que lhe seria dado através do Conselho Municipal
de Cultura de Brumadinho. É o que decidiu o Conselho em sua última reunião por
4 votos a favor da suspensão do Edital e nenhum voto contra a suspensão. O
Conselho tinha formado uma Comissão que discutiu e propôs um Edital de
Projetos. Pelo Edital, artistas locais das mais diferentes áreas poderiam
apresentar projetos para serem analisados pelo Conselho e, de acordo com a
proposta trabalhada, pelo menos 5 seriam apoiados. Cada artista individual ou
entidade receberia até R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para desenvolver seu
projeto para a população.
Na reunião do dia
21 de maio o Conselho todo discutiria as dúvidas da proposta e decidiria sobre
o Edital, aprovando-o com modificações se houvesse. A reunião não aconteceu por
falta de quórum, com ausência de cinco dos nove conselheiros que formam o
colegiado. Estiveram ausentes a representação de Inhotim, das Associações
Comunitárias, da OAB e CODEMA. Nova reunião foi marcada para o dia 23, e
novamente estiveram ausentes a representação de Inhotim, das Associações
Comunitárias, da OAB. O Secretário Adjunto de meio ambiente, membro do CODEMA
compareceu, mas faltou a representação da imprensa local. Nesta data, os conselheiros presentes
acataram a proposta da Secretaria de Cultura e decidiram suspender o Edital.
Secretaria contra
e representação da Câmara a favor
Na reunião, o
conselheiro representante da Secretaria de Turismo e Cultura, Gustavo Morais
Dias, o Dainha, defendeu a suspensão
do Edital, alegando basicamente que era preciso antes que a Prefeitura criasse
novo Fundo de Cultura e dois novos conselhos, um de defesa do patrimônio
histórico e outro de cultura, para tratar das outras questões culturais. Morais
ainda informou que a posição da Procuradoria Jurídica do Município era a de que
os 200 mil reais previstos no Orçamento de 2014 para o Fundo de Cultura não
serão necessariamente alocados no Fundo mesmo que ele seja criado. Estava
presente também a advogada Marcia Regina Ribeiro Nogueira (PSDB), da
Procuradoria Geral do Município.
Já o vereador
Reinaldo Fernandes (PT) defendeu que o Edital fosse aprovado. O representante
da Câmara no Conselho defendeu que havia razões de sobra para aprovação do
Edital. Segundo ele, o lançamento de edital foi uma decisão da Conferência
Municipal de Cultura e as decisões das conferências, defendeu, “devem ser
respeitadas”. Ainda segundo ele, “o Edital é um anseio e esperança dos artistas
locais e os conselheiros deveriam cumprir a Lei do Fundo de Cultura que diz que
o Município deve lançar pelo menos um Edital por ano, de acordo] com o artigo
6º da lei. O Presidente do Conselho defendeu que os conselheiros deveriam
decidir sobre o Edital e colocá-lo nas mãos da Secretaria de Cultura, que é o
órgão executivo das decisões do Conselho, para tomar as providências, como
enviar a lei de criação do novo fundo para a Câmara e alocar os R$ 200 mil
previstos na lei do Orçamento na conta do Fundo.
Encaminhada a
votação, o representante da Secretaria de Cultura e os outros três conselheiros
votaram pela suspensão do Edital. O vereador Reinaldo Fernandes (PT), como
Presidente do Conselho, só vota em caso de empate nas votações.
Depois da decisão
de suspensão do Edital de Projetos, os artistas locais agora terão que aguardar
até o Conselho decidir sobre o lançamento do Edital. “Quem sabe no próximo
governo municipal”, desabafou um artista local que esteve presente na reunião
do dia 21 e acompanhou as discussões que culminaram na decisão de não apoiar os
artistas locais.
“Foi uma decisão
lamentável”, avaliou o Presidente do Conselho. “No entanto, isso faz parte da
democracia: como os que eram contra o Edital eram a maioria dos presentes na
reunião, decidiram assim. Lamento muito, mas tenho que aceitar a decisão da
maioria, isso se chama democracia”, concluiu o petista.
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