Edição 172 –
Março 2015
A
cobertura desse episódio [escândalo
envolvendo o Banco HSBC e 106 bilhões de reais em sonegação fiscal] na grande mídia até o momento tem sido pífia e absolutamente
vergonhosa. Os veículos, colunistas, articulistas e comentaristas de TV, rádio,
imprensa e portais estão visivelmente constrangidos e sem saber como tratar a
questão, que certamente envolve muitos personagens que historicamente são
blindados politicamente. Isso é comprovado pelo silêncio retumbante em relação
ao ex-assessor graúdo [Saul Sabbá] do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
que atuou diretamente no processo da privataria tucana, cujo nome já apareceu
como um dos titulares das contas na Suíça, mas sequer foi mencionado por
qualquer grande veículo. Imagine se fosse um ex-assessor do presidente Lula ou
se fosse um militante petista qualquer. Com toda certeza a grande mídia
forjaria um escândalo de proporções gigantescas. No âmbito da sociedade, vemos
nas redes sociais um silêncio muito grande dos setores que historicamente
criticam o Bolsa Família e as políticas sociais dos governos petistas, que são
os mesmos setores que costumam usar a máxima “bandido bom é bandido morto”,
mas, pelo jeito, não consideram criminosos aqueles que cometem práticas de
evasão e sonegação fiscal, exceto quanto se trata de um petista ou de alguém da
esquerda envolvido. A hipocrisia, o moralismo de ocasião e o casuísmo estão
ficando muito nítidos nesse caso.
Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS), sobre o escândalo
envolvendo o Banco HSBC, em torno de 106 Bilhões de reais em sonegação fiscal,
20 bilhões só no Brasil
Quem defende ditadura militar
deveria ser preso por apologia ao crime
Vladimir Safatle, professor de Filosofia da USP
A
cobertura da mídia em relação à manifestação do último dia 15 foi a mais
anunciada da história da República, um ato construído pelos meios de
comunicação, um engajamento medonho.
Do mesmo Vladimir Safatle
A
cadela do fascismo está sempre no cio.
Poeta
alemão Bertolt Brecht, citado por Marco Fonseca da Costa, referindo-se às
manifestações de ódio ao Partido dos Trabalhadores e ao pensamento de esquerda
A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB.
(No México, é 20%. No Brasil, 35%.) os escandinavos formaram um consenso
segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade
harmoniosa. Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os
escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Do Editor do site
Pragmatismo Político
“Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do
PM que acabou com a minha vida. Quando eu corri para falar com ele, ele apontou
a arma para mim. Eu falei ‘pode me matar, você já acabou com a minha vida’”
“Tiraram o sonho do meu filho. Tiraram todas as chances
dele. Eu fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com
tudo.”
“Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o
dia inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que
fizeram isso com meu filho?”
Terezinha
Maria de Jesus,
mãe do menino Eduardo, 10 anos, assassinado por um policial na porta de casa no
Complexo do Alemão, no dia 2 de abril
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