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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Edição 186 – Maio 2016
Em áudio, Sarney reclama da "ditadura da Justiça"

Em trechos de gravações com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente da República José Sarney se queixa das decisões tomadas pelo juiz Sérgio Moro em investigações contra corrupção - que chamou de “ditadura da Justiça” - e comenta sobre o afastamento de Dilma Rousseff, que, segundo Sarney, vai resistir “até a última bala” no processo de impeachment. Os trechos foram divulgados no dia 26 de maio. As conversas foram gravadas em março, antes do Golpe na Câmara. Machado fez acordo de delação premiada e se tornou colaborador da Justiça.
Na conversa gravada, Sarney e Machado criticam os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a mídia e a comunidade jurídica por não se manifestarem contra as ações de Sérgio Moro, que é responsável por autorizar as ações da Operação Lava Jato.
Na gravação, Machado diz: “Como é que o Toffoli e o Gilmar fazem uma p*** dessa? Se os dois tivessem votado contra não dava. Nomeou uns ministros de m*** com aquele modelo". "Não teve um jurista que se manifestasse. (...) A ditatura da toga tá f***", acrescentou o ex-presidente da Transpetro.

Eduardo Cunha e eleições

Na conversa, Sarney afirma que quem deveria assumir a presidência é Eduardo Cunha, antes da realização de eleições. No caso de um novo pleito presidencial, ambos avaliam que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não sairia “de jeito nenhum” vitorioso. Dois meses antes de Dilma ser afastada pelo Senado, quando a conversa foi gravada, Machado e Sarney dizem que a presidenta deve “sair de qualquer jeito”, e especulam que o vice-presidente Michel Temer, hoje presidente interino, deve cair em seguida.
No áudio, Machado pergunta a Sarney se Michel Temer não assumisse a presidência do país quem seria o nome. Machado responde que será "O Aécio pensa que vai ser ele, não vai ser não". Sobre a possibilidade de Aécio Neves assumir, Sarney diz "que não vai ser ele, de jeito nenhum".
Então, Machado questiona quem assumiria a presidência. Sarney diz que será Eduardo Cunha. Machado reforça: "Ele não vai abrir mão de assumir, não". "No Supremo não tem. Não tem ninguém que tenha competência pra tirá-lo. Só se cassarem o mandato dele. Fora daí, não tem. Como é que o Supremo vai tirar o presidente da Casa?", acrescenta Sarney.  

Dilma Rousseff

Na conversa gravada, tanto Machado quanto Sarney reclamam da insistência de Dilma em permanecer no cargo. Segundo o ex-presidente, ela irá resistir “até a última bala”.

As conversas: Renan Calheiros


A divulgação de trechos inéditos de conversas gravadas por Machado com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney indicam a preocupação com os desdobramentos da Lava Jato por parte dos políticos, que estariam articulando para restringir as consequências da operação.

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