Edição 186 – Maio 2016
Roubo
de R$ 14 milhões
Braço direito de Nárcio Rodrigues, Odo Adão
Filho, é preso em BH
A
pedido do Ministério Público de Minas Gerais, a Justiça também prorrogou a
prisão do ex-secretário do governo de Antônio Anastasia (PSDB), Nárcio
Rodrigues; esquema de corrupção é antigo
A
operação Aequalis prendeu no dia 3/6 o advogado Odo Adão Filho, mais
conhecido como “Odinho”, braço direito do ex-presidente do PSDB em Minas Gerais
Nárcio Rodrigues. Odo Adão Filho é apontado como lobista internacional e
operador de Nárcio Rodrigues. "Odinho" era considerado foragido.
Desde
2014, Odo Adão Filho é diretor de relações institucionais do grupo português
Yser. O diretor no Brasil da multinacional, Hugo Alexandre Timóteo Murcho,
também foi preso na operação do dia 313/5. O presidente da empresa portuguesa,
Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia, está foragido.
A
investigação apura se o dinheiro desviado teria sido usado em campanhas, como
apontou o executivo português Firmino Rocha, em delação premiada. Aos
investigadores, Firmino afirmou que Nárcio Rodrigues teria recebido R$ 1,5
milhão em propina, parte destinada a financiamento eleitoral. Na época em que
Nárcio comandava o partido, o operador financeiro das campanhas era Eduardo
Nogueira, que não foi encontrado para se manifestar sobre a investigação.
Esquema
antigo
Não é a
primeira vez que Nárcio Rodrigues envolve-se em esquemas de corrupção. A
parceria entre Nárcio Rodrigues e Odo Adão Filho é mais antiga. O ex-deputado
tucano e o pai de “Odinho”, Odo Adão, criaram juntos o Centro Nacional da
Cidadania Negra (Ceneg), em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Entre
2000 e 2002, governo do PSDB, o Ministério do Turismo repassou ao Ceneg quase
R$ 3 milhões em convênios para a realização de projetos destinados à
qualificação e promoção da comunidade negra, segundo dados da Controladoria
Geral da União (CGU). Em 2009, o Ceneg foi fechado pelo governo federal em
função de denúncias de desvio de dinheiro, apontado pelo Ministério Público
Federal (MPF). Odo Adão Filho era presidente da instituição na época.
Em
julho de 2009, enquanto estava sendo investigado, um incêndio destruiu parte do
prédio que abrigava o centro. Vários documentos e materiais informativos foram
destruídos. Na época, o então deputado Nárcio Rodrigues negou irregularidades e
culpou o governo federal do então Presidente Lula pelo fechamento do centro.
No
final de 2014, o MPF obteve a condenação dos ex-diretores do Ceneg Gilberto
Caixeta e Adélio Leocádio da Silva, por crime de estelionato contra a
administração pública. Segundo a sentença, ficou demonstrada a prática de diversas
irregularidades na execução dos convênios com a União. Constatou-se que foram
desviados mais de R$ 700 mil em valores da época.
Legenda
da foto de Nárcio de vermelho: A pedido do Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG), a Justiça do Estado prorrogou por mais cinco dias a prisão do
ex-secretário de Antônio Anastasia (PSDB), Nárcio Rodrigues (PSDB)
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