Edição 198 – Maio 2017
Editorial
Eleições “Diretas Já”. E Gerais!
Após os 150 mil de Brasília, que
resistiram aos enfrentamentos da polícia para dizer que não aceitarão nenhum
retrocesso e querem a saída de Temer da Presidência, novos cem mil se reúnem e
voltam a pedir eleições diretas no ato no Rio de Janeiro. Quem informa é o site
www.esquerdaonline, não é a Globo, por óbvio! Mais do que eleições diretas, é
necessário, também, eleições gerais: eleger novos deputados e senadores. Um
Congresso em que há mais de duas centenas de investigados por corrupção não
pode, por óbvio, eleger o novo presidente ou continuar decidindo os rumos do
País!
“Artistas como Caetano Veloso, Milton
Nascimento, Criolo e Mano Brown deram o tom de esperança necessário para
milhares de pessoas, com a firmeza de que é preciso se posicionar e tomar com
as próprias mãos a decisão dos rumos do país e de nosso futuro. Após 30 anos do
último pedido de Diretas no Brasil, esse fato histórico demonstrou que esse é o
momento de ampliar nossas vozes e ações.” Já são 91% da população que apoiam
essa pauta. Agora, é a hora dos movimentos sociais organizarem uma nova e forte
greve geral. É necessário e possível vencer!
Desde o golpe parlamentar instituído no
Brasil, os de cima deixaram claro que o grande objetivo era a aprovação de
reformas que mexeriam com a estrutura social do país. As consequências da crise
precisavam ser fatiadas entre os de baixo e não apenas com aumento conjuntural
do desemprego, agora de mais de 14 milhões de pessoas, mas com medidas profundas
que, se implementadas, rebaixarão a níveis desumanos a capacidade de
sobrevivência de parte de nossa população. Aumentarão ainda mais os altos
níveis de desigualdade e poderão nos submeter a graus ainda mais dependentes na
divisão internacional do trabalho. É um jogo complexo, mas que tem a ver com o
interesse dos de cima de não abrir mão de suas fatias no bolo.
Enquanto se engalfinham, querem nos impor
reformas da Previdência, Trabalhista e tirar qualquer sinal de nossas migalhas.
Para isso, não se importam com a impopularidade de suas medidas.
Após os escândalos envolvendo o governo
Temer, o presidente ilegítimo perdeu grande parte da sua base de sustentação,
no Congresso e na mídia. Como a JBS - que tomou seu rumo - estão pensando na
melhor estratégia para se protegerem, unidos por um único programa, as
reformas. E não há mais condições de seguir aprovando as reformas nesse
governo, como gostariam, a não ser com medidas extremas, o que motivou a
autorização da força do Exército, aprovada durante o protesto de Brasília no
dia 28. A instabilidade do governo é gritante.” A prisão, no dia 3, de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente
Michel Temer agrava a situação do golpista. Loures é acusado de receber
propina da JBS em nome de Michel Temer. Ele e o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) foram gravados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em
negociação de pagamento de propina. Em um dos vídeos gravados pela PF, Rocha
Loures aparece "correndo" após supostamente ter recebido uma mala com
R$ 500 mil.
Ao mesmo tempo, cresce a capacidade de
resistência dos de baixo. A impopularidade do governo de 71% antes dos
escândalos já demonstrava isso. Agora, uma das únicas saídas apontadas pelos
ricos do país, de eleições indiretas, para continuar aprovando o seu projeto
inicial, seja com quem for à frente, também não é vista com bons olhos pelo
conjunto da população. Ao todo, 91% dos brasileiros querem eleições diretas. A
pauta saiu do círculo dos movimentos sociais organizados, das centrais sindicais
e partidos de esquerda. Se ampliou massivamente e está nas vozes de milhões de
brasileiros.
Reinaldo Fernandes
Editor
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Já as centrais sindicais definiram por nova
greve ainda nesse mês de junho. “É preciso se utilizar de todas as forças que
os trabalhadores já demonstraram ter nesse país. Temos uma classe com um dos
maiores pesos do mundo. Ela precisa estar em ação. Não há qualquer saída que
não seja construída nas ruas, nas fábricas, nos locais de trabalho e estudo. Já
medimos a nossa força. Ela só se amplia e ganha legitimidade. Agora, é hora do
ataque dos de baixo. Vem aí uma nova greve geral.”
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