Edição 197 – Abril 2017
Greve Geral para o País
A maior Greve da
história do Brasil levou 40 milhões às ruas
Várias escolas
municipais paradas em Brumadinho e até uma escola particular no turno da manhã,
Semear, além da escola estadual Paulina Aluotto Ferreira. Parados também a
Polícia Civil, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e os Correios. Sem
nenhuma tradição nesse tipo de greve, até nossa pequena Brumadinho deu o
exemplo. Isso por si só dava mostras de que vivíamos um momento histórico: convocada por nove
centrais sindicais, diversos movimentos e entidades populares, além de partidos
de esquerda, a Greve Geral deste ano já é considerada como a maior mobilização
da história do Brasil, segundo afirmou a Frente Brasil Popular.
Professoras de Brumadinho em luta na GREVE GERAL |
Não adiantou a grande imprensa, nos dias
que antecederam o 28 de abril, tentar esconder que iria ocorrer uma greve geral
em todo o País. Estima-se que cerca de 40 milhões de brasileiros deixaram
de trabalhar.
Desde as primeiras horas da manhã desta
sexta (28) já era possível sentir o clima em diversas cidades pelo país
com as ruas vazias, metrôs e trens parados, além de fábricas fechadas, ônibus
na garagem e rodovias trancadas.
A greve geral teve grande adesão nas mais
variadas categorias de trabalhadores, afetando significativamente a mobilidade
em São Paulo (SP), no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Fortaleza
(CE), Curitiba (PR) e em, praticamente, todas as grandes cidades do país.
O dia amanheceu com garagens de ônibus
paralisadas, piquetes nas fábricas, vias bloqueadas, ruas vazias e
centenas de categorias de trabalhadores com os braços cruzados por todo o
Brasil. Igrejas evangélicas tradicionais aderiram ao movimento O movimento
contou ainda com a participação direta da Igreja Católica. Quase 100 bispos
católicos fizeram convocação para o ato; católicos foram fotografados Brasil
afora empunhando bandeiras. Até o Papa, de forma sutil, apoiou, recusando
convite do golpista michel temer (PMDB/PSDB) para visitar o Brasil.
Ruas vazias
O movimento nas capitais e em várias cidades
foi até menor do que em feriados. O País parou. Principais ruas, avenidas, empresas,
comércios e serviços em geral permaneceram fechados por todo o dia. O sistema
de transporte das cidades também cruzou os braços e aderiu à greve. Onde
funcionou, foi só em parte. Populares fecharam as vias no início da manhã em
inúmeras capitais. No Rio, a ponte Rio-Niterói foi fechada durante as primeiras
horas.
Também em Brasília, ônibus e metrô não
circularam. Os acessos do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino
Kubitscheck foram interditados. Diversos estabelecimentos comerciais foram fechados.
Na maior parte do dia, nenhum carro conseguiu trafegar a partir da rodoviária
no sentido Congresso Nacional, por meio da Esplanada dos Ministérios.
Em todo o Brasil, a adesão foi enorme. Na
maioria das capitais e grandes cidades, além da paralisação, vimos atos de
milhares. Isso ocorreu mesmo em cidades onde o transporte público parou. Em São
Paulo, o ato reuniu 70 mil pessoas.
Durante a madrugada e início da manhã, movimentos sociais,
sindical e estudantil fizeram bloqueios em avenidas de grande circulação e
rodovias que dão acesso às maiores cidades.
150 mil pessoas em Belo Horizonte
De acordo com a Frente Brasil Popular,
cerca de 150 mil pessoas participaram do ato em Belo Horizonte,
contra as medidas do presidente golpista, michel temer. A mobilização contou
com diversos setores da sociedade, como sindicalistas, sem-terra, moradores de
ocupações urbanas, indígenas das etnias Xakriabá e Pataxó; e estudantes. Lá estavam dezenas de brumadinenses, professores estaduais e
municipais, trabalhadores dos Correios e da COPASA, dentre outros.
Cerca de 15 mil pessoas, ainda de acordo
com a FBP, foram às ruas em Uberlândia. Em Juiz de Fora, a Greve Geral
reuniu cerca de 30 mil manifestantes. Também houve fechamento da BR 116, em
Itaobim. Em Ribeirão das Neves, manifestantes bloquearam a rodovia BR 040.
A GREVE GERAL em Salvador - BA |
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