Edição 198 – Maio 2017
"Ocupe
Brasília" exige Diretas Já e sinaliza nova Greve Geral
No dia 24 de maio, o povo trabalhador e a
juventude protagonizaram mais um grande dia. Cento e cinquenta mil pessoas
ocuparam a Esplanada dos Ministérios em uma manifestação nacional, organizada
pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Na pauta, a luta pela derrubada
de Temer e suas reformas e por ELEIÇÕES DIRETAS JÁ.
Mais uma vez, a manifestação foi
violentamente reprimida, tanto pela PM como pela Força Nacional de Segurança,
que não permitiram que os manifestantes chegassem, de forma pacífica, na frente
do Congresso Nacional. Dezenas de manifestantes feridos, alguns gravemente.
Carlos Geovane Cirilo, mineiro de Belo Horizonte, trabalhador aposentado, de 61
anos, pai e avô, recebeu um tiro no pescoço, e até o fechamento desta edição, permanecia
na UTI, recuperando-se. É um guerreiro que está lutando. A bala segue no seu
maxilar. Ele foi ferido com arma de fogo, atitude
gravíssima das forças de repressão.
Porém, apesar de toda a repressão violenta,
foi impossível abafar a força deste movimento. A manifestação repercutiu até
dentro do Palácio do Planalto, onde fontes do próprio governo admitem que o
número de manifestantes foi acima do esperado.
Pausa nas reformas, eleições gerais e
diretas já
No
Congresso Nacional, a força das ruas ajudou os parlamentares da oposição a
impedirem, pelo menos até o momento, a votação das reformas reacionárias e de
projetos de interesse do governo. A dita normalidade no funcionamento
parlamentar foi, mais uma vez, “pelo ralo”.
Os
acontecimentos de na capital do país são mais uma demonstração de que o governo
ilegítimo de temer (PMDB/PSDB) não tem mais como continuar. O envolvimento
direto do presidente em mais um escândalo de corrupção,
especialmente a partir da delação de executivos da JBS, e a sua agenda de
reformas reacionárias, que quer jogar todo o peso da crise sobre os ombros do
povo trabalhador colocam na ordem do dia a necessidade de derrubá-lo nas ruas.
A
manifestação nacional do dia 24 foi mais um passo importante desta luta. Caso temer
caia, não se pode aceitar eleição indireta para presidente. Esse Congresso
Nacional formado por uma maioria corrupta e reacionária não tem nenhuma
legitimidade para escolher um novo presidente.
Para
que o Brasil saia da crise, a única saída é a saída imediata do presidente
ilegítimo e a convocação e novas eleições diretas,
tanto para presidente da república, quanto para o Congresso
Nacional.
Temer decreta uso das
Forças Armadas contra manifestantes
Enquanto
uma multidão de trabalhadores e estudantes ocupava pacificamente o Eixo
Monumental, o presidente ilegítimo assinou decreto autorizando o “emprego das Forças Armadas
para garantia da Lei e da ordem no Distrito Federal”.
O
Ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), convocou a grande imprensa para uma
coletiva, onde afirmou que, atendendo a um pedido do presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, o presidente Temer estava autorizando o uso das Forças
Armadas contra as manifestações. Essa medida foi apelidada de “AI-1 de Temer”,
em referência aos Atos Institucionais da ditadura militar, faz lembrar o pior
dos “anos de chumbo” em nosso país. A Ditadura Militar perseguiu, prendeu,
torturou e assassinou, inclusive gente de Brumadinho.
Trata-se
de mais um ataque brutal às garantias e liberdades democráticas do povo
brasileiro. Não se pode aceitá-la de forma nenhuma. Sua adoção só pode ser
explicada pela escalada antidemocrática que vem acontecendo depois do golpe
parlamentar de estado, chamado de impeachment.
“Diretas Já” em Belo Horizonte
Minas
Gerais tem se mostrado o estado em que há maior resistência às reformas de
temer (PSDB/PMDB). Agora, o estado tem demonstrado que quer também ser
protagonista na luta pelas Diretas Já! Até o fechamento desta edição, pelos
menos três grandes atos já aconteceram na capital mineira desde a divulgação do
áudio da JBS. No áudio, ficou demonstrado o envolvimento do presidente ilegítimo
com a corrupção.
A
primeira manifestação aconteceu no dia seguinte à divulgação do áudio, 11 de
maio. Milhares de manifestantes se reuniram na Praça Sete, centro da capital,
para pedir a saída de temer e eleições diretas já!
A
segunda manifestação foi no domingo, 14 de maio. Movimentos sindical e
populares, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, partidos de esquerda,
estudantes e todo sorte de pessoas engasgadas com o governo de temer
(PMDB/PSDB) reuniram-se na Praça da Liberdade e saíram em passeada até a Praça
Sete de Setembro, no coração de Belo Horizonte. Segundo a CUT – Central Única
dos Trabalhadores -, trinta mil pessoas estiveram nas ruas neste dia. A Frente
Brasil Popular calculou 50.000 manifestantes.
Também
no dia 24, dia do Ocupa Brasília, milhares de pessoas participaram do Ocupa
BH.
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