Edição nº 101 – Junho/2009
Editorial II:
Os Atos Secretos do Legislativo
A sociedade brasileira está às voltas com mais um lamaçal na nossa política. Trata-se, agora, dos atos secretos do Senado da República. Quando se esperava que nosso legislativo tivesse chegado ao máximo da corrupção com o caso das passagens aéreas, descobre-se que não. Agora a coisa é pior: como diz meu amigo Paulo Viotti, agora é “a descoberta de um ambiente secreto nos porões da sede do Senado, equipado com frigobar e de onde vinham sendo editados os atos secretos”. E não é um ou dez, são centenas deles, passam de seiscentos!
Tendo acesso aos atos secretos do Senado, a imprensa descobre onde chega o cinismo de políticos como José Sarney (PMDB): netos, sobrinha, sobrinho recebendo milhares e milhares de reais em salários do Senado, mesmo morando na França, na Espanha e por aí, por este mundo de meu Deus, sem nunca ter ido ao Senado.
Agora, boa parte dos senadores quer entregar à sociedade a cabeça de Sarney numa bandeja. Mas é apenas Sarney, o “dono do Maranhão”, o culpado? E os outros senadores, não sabiam de nada? E o DEM, que há anos ocupa a 1ª Secretaria do Senado, não sabia de nada?
Não precisa ser muito sábio para saber como as coisas chegam neste estado. Isso é construído ao longo dos anos, aos poucos. Uma coisinha aqui, que é boa para todos os políticos que ocupam a casa e deixa estar; mais uma coisinha aqui, e deixa estar. Outra coisinha, novamente em que todos os “nobres edis” ganham alguma coisinha, e deixa como está. E assim, os “nobres edis” vão perdendo o senso, vão se acostumando com aquilo, a sociedade vá aceitando, vai aceitando, e os políticos continuam fazendo. Até quando?
Observem o caso do deputado dono do castelo de 50 milhões. A sociedade chiou, a imprensa chiou e depois deixou pra lá. E lá continua o deputado do castelo, absolvido pelos “nobres colegas”, votando leis para que nós cumpramos.
E os nossos políticos, como estão? Está de parabéns a câmara de vereadores quando envia os projetos de lei para a imprensa local, quando patrocina um programa radiofônico, quando mantém notícias num site. Mas e a “verba indenizatória” dos nossos vereadores? De quanto é? Quanto eles gastam com correios, telefones, gasolina etc se cada um dos vereadores de Brumadinho tem salário de R$ 5 mil mas custa em torno de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) por mês para a população (ver matéria nesta edição)? E a “Divulgação Orçamentária” (quanto o legislativo de Brumadinho recebe e quanto ele gasta) que a Câmara tem divulgado apenas internamente, não deveria, assim como os projetos de leis, enviar também para a imprensa local? Não corremos o risco de, nós também, nos tornarmos um “senado”? Se a transparência de nossa câmara é apenas parcial, não se poderia considerar, aqui também, um ambinete de “atos secretos”?
Editorial II:
Os Atos Secretos do Legislativo
A sociedade brasileira está às voltas com mais um lamaçal na nossa política. Trata-se, agora, dos atos secretos do Senado da República. Quando se esperava que nosso legislativo tivesse chegado ao máximo da corrupção com o caso das passagens aéreas, descobre-se que não. Agora a coisa é pior: como diz meu amigo Paulo Viotti, agora é “a descoberta de um ambiente secreto nos porões da sede do Senado, equipado com frigobar e de onde vinham sendo editados os atos secretos”. E não é um ou dez, são centenas deles, passam de seiscentos!
Tendo acesso aos atos secretos do Senado, a imprensa descobre onde chega o cinismo de políticos como José Sarney (PMDB): netos, sobrinha, sobrinho recebendo milhares e milhares de reais em salários do Senado, mesmo morando na França, na Espanha e por aí, por este mundo de meu Deus, sem nunca ter ido ao Senado.
Agora, boa parte dos senadores quer entregar à sociedade a cabeça de Sarney numa bandeja. Mas é apenas Sarney, o “dono do Maranhão”, o culpado? E os outros senadores, não sabiam de nada? E o DEM, que há anos ocupa a 1ª Secretaria do Senado, não sabia de nada?
Não precisa ser muito sábio para saber como as coisas chegam neste estado. Isso é construído ao longo dos anos, aos poucos. Uma coisinha aqui, que é boa para todos os políticos que ocupam a casa e deixa estar; mais uma coisinha aqui, e deixa estar. Outra coisinha, novamente em que todos os “nobres edis” ganham alguma coisinha, e deixa como está. E assim, os “nobres edis” vão perdendo o senso, vão se acostumando com aquilo, a sociedade vá aceitando, vai aceitando, e os políticos continuam fazendo. Até quando?
Observem o caso do deputado dono do castelo de 50 milhões. A sociedade chiou, a imprensa chiou e depois deixou pra lá. E lá continua o deputado do castelo, absolvido pelos “nobres colegas”, votando leis para que nós cumpramos.
E os nossos políticos, como estão? Está de parabéns a câmara de vereadores quando envia os projetos de lei para a imprensa local, quando patrocina um programa radiofônico, quando mantém notícias num site. Mas e a “verba indenizatória” dos nossos vereadores? De quanto é? Quanto eles gastam com correios, telefones, gasolina etc se cada um dos vereadores de Brumadinho tem salário de R$ 5 mil mas custa em torno de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) por mês para a população (ver matéria nesta edição)? E a “Divulgação Orçamentária” (quanto o legislativo de Brumadinho recebe e quanto ele gasta) que a Câmara tem divulgado apenas internamente, não deveria, assim como os projetos de leis, enviar também para a imprensa local? Não corremos o risco de, nós também, nos tornarmos um “senado”? Se a transparência de nossa câmara é apenas parcial, não se poderia considerar, aqui também, um ambinete de “atos secretos”?
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