Edição 152 –
Julho/2013
Programa Mais Médicos dará prioridade a 78
municípios em Minas Gerais
Governo Federal
levará profissionais às regiões carentes do Brasil com foco em 1.557 cidades de
maior vulnerabilidade social. Medida visa ampliar capacidade de atendimento da
atenção básica
O programa Mais Médicos, lançado recentemente pelo Governo Federal ampliará a
presença destes profissionais nas regiões carentes do país, como os municípios
do interior e periferias das grandes cidades. Instituída por medida provisória
pela Presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), a iniciativa ofertará bolsa
de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, aos médicos que atuarão na atenção
básica da rede pública de saúde. Terão prioridade na alocação desses
profissionais 1.557 municípios de maior vulnerabilidade social, sendo 135 no
Sudeste e 78 de Minas Gerais.
“A questão fundamental é: faltam médicos no
Brasil e essas medidas visam solucionar essa carência, principalmente na
atenção básica. Precisamos mudar a mentalidade de que o sistema de saúde está
centrado apenas nos hospitais, por isso estamos fazendo esse esforço de levar
médicos para mais perto da população”, disse o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.
Além de levar médicos para as regiões
carentes, o governo federal instituiu uma mudança na grade curricular dos
cursos de Medicina para qualificar a formação dos profissionais. Aos seis anos
de graduação em Medicina foi acrescentado um ciclo de dois anos durante o qual
o estudante vai atuar com CRM provisório na atenção básica e nos serviços de
urgência e emergência da rede pública de saúde. A mudança curricular entrará em
vigor a partir de janeiro de 2015. O Ministério da Educação
projeta abrir 11.447 novos postos de graduação e 12 mil novas vagas de
residência até 2017. “Precisamos de ações capazes de fixar os médicos no
interior e essas medidas vem ao encontro dessa necessidade. Este é um momento
histórico, estamos dando um passo muito importante para a expansão dos cursos
de Medicina”, declarou o secretário de Ensino Superior do Ministério da
Educação (MEC), Paulo Speller.
Pacto pela Saúde
As medidas, regulamentadas por portaria
conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação, integram o Pacto pela Saúde,
lançado pela presidenta Dilma em reunião com governadores e prefeitos de
capitais no no dia 24 de junho, que prevê a aceleração de investimentos por
mais e melhores hospitais e unidades de saúde e por mais médicos, totalizando
R$ 15 bilhões até 2014. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados
para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h)
e de 15.977 unidades básicas. Outros R$ 5,5 bilhões serão usados na construção,
reforma e ampliação de unidades básicas e UPAs, além de R$ 2 bilhões para 14
hospitais universitários.
Participação de médicos
Será aceita a participação de médicos
formados no Brasil, que terão prioridade no preenchimento das vagas, e também a
de graduados em outros países, com preferência para brasileiros. Os
estrangeiros só ocuparão as vagas remanescentes após a escolha destes dois
grupos. “Não vai haver disputa de mercado entre médicos brasileiros e
estrangeiros. A abertura de novas vagas vai aquecer o mercado brasileiro para
os médicos”, esclareceu o ministro.
No caso dos médicos formados no exterior,
só poderão participar aqueles oriundos de faculdades de medicina com tempo de
formação equivalente ao brasileiro, com conhecimento em Língua Portuguesa,
detentores de autorização para livre exercício da Medicina em seu país de
origem e vindos de países onde a proporção de médicos para cada grupo de mil habitantes
é superior à brasileira, hoje de 1,8 médicos/1 mil habitantes.
Já para os municípios, será preciso
oferecer moradia e alimentação dos médicos, além de ter de acessar recursos do
Ministério da Saúde para construção, reforma e ampliação das unidades básicas.
Em todo o Brasil, os investimentos federais só na qualificação destes
equipamentos de saúde somam R$ 2,8 bilhões, sendo 235,1 milhões para Minas
Gerais.
Além dos 1.557 municípios de maior
vulnerabilidade social, também terão prioridade 25 Distritos Sanitários
Especiais Indígenas no país.
Situação
de falta de médicos é muito crítica
O programa Mais Médicos é um estímulo para
a ida destes profissionais para os municípios do interior e para as periferias
das grandes cidades, onde é maior a carência por este serviço. O Brasil tem
oferta desta mão-de-obra menor que países como Argentina, México, Inglaterra,
Portugal e Espanha.
Do ponto de vista regional, a situação é
mais crítica: 22 estados estão abaixo da média nacional, sendo que seis têm
menos de um médico para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 1.900 cidades, a
proporção é menor que um médico para cada três mil pessoas, e outras 700 não
têm nenhum médico permanente. Mesmo os estados de média mais elevada sofrem com
desníveis regionais, marcados pela concentração nos grandes centros urbanos e
carência nas periferias.
Ação
temporária
A Medida provisória que cria o Mais Médicos
expande a possibilidade de concessão de registros temporários para o exercício
da medicina por estrangeiros, que ocuparão as vagas remanescentes após o
chamamento dos médicos brasileiros.
Por um período de três anos, estes
profissionais vão atuar exclusivamente na atenção básica e apenas nos postos a
que forem designados no âmbito do programa. Durante este prazo, contarão com
supervisão de médicos brasileiros e orientação de faculdades de medicina e
terão de desempenhar jornada de trabalho de 40 horas semanais. A manutenção do
visto e do registro temporário dependem do cumprimento destas regras.
Ao optar pelo registro temporário, não será
preciso conceder o direito ao pleno exercício da medicina por meio do Revalida
(Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos), que, se aplicado, daria ao
estrangeiro a permissão para atuar em qualquer parte do País. Esta hipótese,
além de significar aumento da disputa de mercado com os brasileiros, não
atenderia ao objetivo do Governo Federal de preencher postos de trabalho hoje
ociosos em regiões carentes.
Outra medida para mensurar a qualidade da
formação dos estrangeiros é a obrigatoriedade de que eles participem de imersão
de três semanas, em uma universidade participante do programa, logo após a
chegada ao Brasil. Durante esta etapa, professores universitários avaliarão a
capacidade técnica e de comunicação destes profissionais. Sendo aprovado, o
profissional será inscrito no Conselho Regional de Medicina do estado em que
trabalhará.
As informações são da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde
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