Edição 132-Dezembro/2011 - 2ª Edição
Espaço
Poético
Trazemos nesta
edição mais 3 poesias do V Concurso de Poesias do Jornal de fato. Trazemos mais
4 trabalhos vencedores do prêmio “As 10 Melhores”. Eles são da autoria de
Amélia Luz, Sinval Guedes e Maria Gertrudes.
Amélia Luz emplacou
todas as três entre as “10 Melhores”: “Celeiro do tempo” (já publicada na
ed.129), “O fotógrafo” e “Mulheres camponesas” (já publicada na ed.130).
Moradora de Pirapetinga, escreve também crônicas, contos, e já recebeu várias
premiações. É autora do livro “Pousos e Decolagens”.
O belorizontino
Sinval Guedes atua como professor, e está preparando um livro de poesias para
lançamento em breve. Inscreveu-se no concurso com três poemas: “Primeiro
Olhar”, “Parte de mim”, “Saudades do que sou!". As duas últimas foram
escolhidas como “As 10 melhores” e as publicamos nesta edição.
Maria Gertrudes
Horta Greco, poeta de Guaratinguetá, localizada na região do Vale do Paraíba, em
SP, já publicou 3 livros de poesias e sonetos, intitulados “Vida...
Paraíso...”, “Como água...” e “Buscando Eternamente”, além de ter publicações
em várias coletâneas literárias. Escreve também trovas e contos. É, além de
tudo, pianista. Concorreu com “Constantemente” (publicada na ed.de nº 129),
“Vida” e “Paciente” e emplacou as duas primeiras entre as “10 melhores”. Nesta edição trazemos “Vida”.
Vamos aos poemas!
V Concurso de Poesias do Jornal de
fato – 2011
O Fotógrafo
Poeta: Amélia Luz
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Poeta,
da imagem, poeta!
Um
olhar desocupado,
uma
alma sensível
emoções
pulsando fortes...
A
cena, o anonimato, a cena,
sensual
ou ingênua, a cena!!!
O
clique mágico, a prontidão.
a
obra prima nascendo da percepção.
Alvos
certeiros: ternura, amor, humor
ou
dor, páginas comuns da vida!
Profundidade
espelhada na imagem
guardada,
gravada na memória.
Olhos
que descobrem relíquias
farejadores
de novidade
além
da aparência fria.
Olhos
que filmam,
Olhos
que filtram,
Olhos
que refinam
eternizando
momentos passageiros!
A
câmara a tiracolo,
extensão
de si mesmo,
o
novo, o antigo, o desconhecido,
a
amplidão, a descoberta!
O
visível foco tímido a registrar...
Vida
brotando explosiva,
colorida
ou em preto e branco.
O
casual sem pose
o
achado inesperado
o
sorriso guardado no álbum de família
ou
dependurado na parede...
Assim,
o artista da imagem
revela
cenas e se revela
no
que capta, observador que é,
da
vida em sensibilidade.
O
fotógrafo, na verdade,
aprisiona
fatos em fotos
construindo
a história em imagens!
Escreve
poemas sob "spots"
convencendo
com o seu olho espião
vivências
que nascem do coração...
Parte de mim
Poeta: Sinval Guedes
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Que
o medo que sinto não me impeça de lutar.
Que
a coragem que tenho não me faça tropeçar.
Se
tropeçar, que essa coragem me deixe levantar e caminhar,
Porque
ora sou eu, ora não sei quem sou.
Que
a garota que amo eu possa sempre amar,
Mesmo
que um dia tenhamos que nos deixar.
Que
minha fala não me prejudique,
Porque
ora falo muito, ora não sei o que falar.
Que
minha vontade de caminhar me permita ir e, se preciso voltar.
Que
no espelho à minha frente eu veja minha face
E
entenda como o tempo passa,
Porque
ora caminho muito, ora preciso parar.
Que
o silêncio, de que agora preciso, me fale cada vez mais.
Que
a resposta, que não sei, me seja dada em cada amanhecer,
Porque
minha vida, ora vive ora morre.
Que
a saudade, que agora sinto, eu possa sempre sentir.
Que
a vida, que agora vivo, eu viva de coração.
Porque
parte de mim é riso e a outra parte choro.
Parte
de mim é o que faço a outra parte o que deixo de fazer.
Parte
de mim sou eu, a outra parte você.
Enfim! Parte de mim é o amor a outra parte também.
Saudades do que
sou!
Poeta: Sinval Guedes
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Fala
aos meus ouvidos a voz que não se cala.
Brilha
aos meus olhos a luz que não se apaga.
Vem
na memória a lembrança do que fui...
O
silêncio às vezes se faz.
O
olhar às vezes perde a luz
E
a lembrança do que eu era...
Passa
a ser a realidade do que sou.
Olhos
e ouvidos no desejo de silêncio e luz!
Lembranças
do que fui... E já saudade do que sou!
Vida...
Pseudônimo:
Gê
Poeta: Maria Gertrudes
Vencedora do prêmio
“As 10 Melhores”
Vida
- barco tão lento,
Que
vai por rio a dentro,
Talvez
sem se queixar...
Queixar
das dores, dos risos,
Vida:
maçã – paraíso,
Que
a cada destino dá...
Vida
– ilusão profunda,
Que
num buraco se afunda,..
Pra
felicidade buscar...
Vida...
destino... ilusão...
Tapete
que cobre o chão;
Vida
– não importa pisar,
Não
importa esmigalhar,
Dos
seres, o “coração”...
Vida
de choros, de canto,
Vida
– que num espanto,
Tudo
traz, ou deixa levar!...
Vida
– Que num momento,
Vida
– num simples lamento
Tudo
pode transformar...
Por
que vida – tudo complica,
Por
que vida – nada explica?
Por
que se deixa calar?!
Por
que agora tanto mistério?
Por
que não querer completar,
E
nada nos explicar? Pode?
Nos
fale, nos diga, nos mostre...
Vida
– que em forma de poste,
Possa
nos iluminar...
Vida
– corrente aguda,
Que
nos fere, nos machuca,
Mas
também nos quer curar...
Vida
– pedimos-te agora,
Talvez,
sem necessidade,
Porque
Vida – Sabe a verdade,
Porque
Vida – Sabe a “hora”...
E
também sabe arrumar...
Mas,
contudo, ilumina-nos...
Dá-nos
força pra agüentar...
Do
amargo ou do doce,
Ensina-nos
a saborear...
Para
que, contudo, um dia,
O
nosso sonho terminar,
A
tão procurada, desejada
Vida
– possamos contudo,
Profundamente...
amar!!!
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