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domingo, 14 de agosto de 2011

Edição 126-Julho/2011
Poucas e Boas
“O carinho e o beijo não são proibidos. Contra lei é impedir um afeto, um abraço”, contou Chicão (personagem da novela global Insensato Coração). O texto de Gilberto Braga e Ricardo Linhares foi uma excelente crítica ao posicionamento retrógrado da Globo.
Recentemente, os autores foram obrigados a mudar uma cena que reunia os personagens Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo) num motel. Segundo Patrícia Kogut, colunista do jornal “O Globo”, a direção da emissora considerou que, embora a sequência não tivesse nada de explícito, o fato de ser um motel era sugestivo demais.
Que diferença faz o local do encontro? Por que encontros furtivos entre homens e mulheres podem ser realizados em qualquer ambiente, mas um romance construído de forma interessante e respeitosa não pode ser mostrado em um motel, pelo simples fato de envolver dois homens?
A resposta (à posição retrógrada da Globo) veio por meio de Alexandre Machado e Fernanda Young, que mostraram insubordinação e provocaram seu empregador com o conhecido humor debochado da dupla. No episódio de “Macho Man” (exibido no dia 24/6), Nelson (Jorge Fernando) acaba metido em uma confusão ao tentar comprar um carro de Rogério (Rodrigo Lopez), que recentemente assumiu sua homossexualidade.
Ao fim de um test-drive recheado de piadas de duplo sentido, Nelson pede para ver a “chorumela reluzente” do carro. Empolgado, o acompanhante do cabeleireiro diz algumas bobagens ao pé de seu ouvido.
“O que? Tá doido? Eu, hein? Ficou maluco?”, gritou Nelson. “Fiquei. Fiquei maluco para dar o meu primeiro beijo gay”, rebateu Rogério. “Que isso! A sociedade não está preparada! Tira a mão!”, bradou o personagem de Jorge Fernando.”

Colunista Ale Rocha – no site Yahoo

Por mais que parte da audiência aceite a moral justiceira de Norma, suas ações nunca serão justificadas do ponto de vista ético. Léo deve pagar pelos seus crimes, sem dúvida, mas não a qualquer custo. A enfermeira utiliza o mesmo expediente do qual foi vítima. Vibrar com seu sucesso é similar a criticar políticos corruptos, mas ter carteira de estudante falsa. Bradar contra a impunidade, mas sonegar impostos.
Curioso notar que o site oficial de “Insensato Coração” trata Léo como “mau-caráter”, mas em nenhum momento aborda com demérito as ações da enfermeira. Até mesmo a tentativa de homicídio contra Teodoro é justificada como um ato em que a personagem está fora de si, desesperada ao ver a possibilidade de naufrágio de seu plano de vingança (...)
Norma não é mocinha, nem vilã. Não transmite valores ou serve como exemplo moral. Por meio da personagem, Gilberto Braga provoca a audiência e mostra que a realidade vai além do bem e do mal. Resta ao telespectador sair da zona de conforto provocada pelo dualismo e, perturbado pela mudança brutal da enfermeira, se questionar: vale tudo?

Do mesmo Ale Rocha, no mesmo site

“É de incalculável gravidade a constatação de que a Administração do Vereador José de Figueiredo Nem Neto utilizou indevidamente recursos públicos e, além disso, o fez através de processos licitatórios fraudulentos!”
Relatório Final da CPI da Câmara Municipal

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