Edição 126-Julho/2011
Opinião
Juros
bancários
Não
é novidade que os juros cobrados nas operações bancárias no Brasil estão entre
os mais caros do mundo. A ganância dos banqueiros e a ausência de controle efetivo
do estado em favor do cidadão são as causas de sofrimento de muitas pessoas
humildes.
Na
verdade, as instituições financeiras nada mais fazem do que praticar a
agiotagem tão em moda nos dias de hoje levando milhões de pessoas à miséria.
A
incrível capacidade criativa do sistema bancário inventou o chamado crédito
consignado que pode ser entendido como aquele de retorno super garantido
porquanto concedido especialmente sobre os salários dos aposentados e dos
servidores públicos.
O
desconto em folha, através de convênios, facilita a vida dos bancos que além da
garantia do recebimento do crédito evitam dificuldades e transtornos
administrativos.
O
crédito consignado é uma armadilha. A pessoa para resolver dificuldades
financeiras momentâneas, lança mão daquilo que à primeira vista se apresenta
como solução para todos os seus problemas. Mas não é assim.
Banqueiro
só visa lucro e não é padrinho de ninguém.
Além
dos abusivos juros do empréstimo, estão embutidos neles uma vasta cadeia de
taxas que tornam o custo final do empréstimo aviltante. A enganação está no
fato de que o valor das prestações mensais dá ao menos avisado, a sensação de
que aquela obrigação vai ser facilmente cumprida. Também não é assim.
É
importante considerar que o tomador do não tem o mínimo cuidado de questionar o
valor final do empréstimo e nem os documentos que assina entre eles aquele que
dá aos bancos direito de contrair empréstimo em seu nome para cobrir eventual
atraso das prestações.
Aqui
mais um pegadinha, pois os bancos cobram nessas operações, feitas sem nenhum
controle do cliente, juros de até 17% ao mês, o que vai impedir que você tenha
controle de sua dívida. Às vezes acontece que em poucos meses o cliente está
devendo três vezes mais do que o empréstimo contraído.
Armadilha
igual com nomes diferentes é o chamado refinanciamento de empréstimo de prática
estimulada pela maciça propaganda. Aqui, além de extorsivos os juros são
calculados também de forma cumulada. Os bancos insistem em sustentar a tese de
que há permissão legal para esse tipo de cobrança a despeito de ser ela
rechaçada pela lei e pela jurisprudência, com pouquíssima divergência.
O
cidadão deve tomar todo cuidado antes de procurar uma instituição financeira na
busca de solução para as suas dificuldades financeiras. Também e muito menos,
deve se valer o uso do cartão de crédito que nada mais é do que empréstimo,
cujas facilidades conduzem sempre o tomador a situações de absoluta
insolvência.
Quando
o custo de dinheiro atinge pico impensável você pode submeter o contrato que
você nunca leu, ao crivo do poder judiciário, buscando uma solução que torne
possível o cumprimento da obrigação assumida, com a exclusão da parte de juros
e taxas extorsivos.
Walter
Matosinhos
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