Edição Especial
144-Dezembro/2012
Inhotim
Flor cadáver
desabrocha novamente
Amorphophallus titanum desperta atenção pelo
forte cheiro e tamanho
Adicionar legenda |
Dois momentos de florescência da Flor-cadáver. |
Pela segunda vez no Inhotim, e na América latina, a famosa
“flor-cadáver" ou Amorphophallus
titanum (Becc.) Becc. ex Arcang. florescerá em um jardim botânico. O
evento aconteceu no Jardim Botânico Inhotim. O material floresceu dentro da
estufa equatorial do Instituto, local com condições de temperatura e umidade
controladas que permite o cultivo de espécies tropicais. Além de ser em si
mesmo um fenômeno raro, a florescência tornou-se mais especial pelo fato da “flor-cadáver"
ter-se revelado em apenas dois anos após sua última “aparição”. Normalmente o
fenômeno acontece de 10 em 10 anos, segundo informou o MG TV em sua edição que
tratou do assunto.
De acordo com Letícia Aguiar, gerente de Jardim Botânico e Meio
Ambiente, a túbera, nome dado à imensa "batata" que permanece sob a
terra, geralmente pesa entre 18 e 20 kg quando está propenso a florir. No caso
da flor do Inhotim, este material possui cerca de 25 kg, e mede 70 cm. Em dezembro
de 2010, esta mesma planta floresceu no Instituto, e durou três dias. Apenas
dois anos depois, o material volta a florescer no Inhotim. “Foi uma grande
surpresa nascer uma flor outra vez, em tão pouco tempo”, comemorou Letícia.
A planta possui um caule gigante e subterrâneo, como uma batata, e
produz apenas uma folha a cada dois anos, que pode atingir até dois metros de
altura e sete metros de diâmetro. A flor é produzida a cada dois anos, depois
dos 10-12 anos após a germinação da semente. Quando a planta está em flor, está
sem folha e vice-versa. A planta nunca produz flores e folhas simultaneamente.
Apesar de ser conhecida como "a maior flor do mundo", o
que a espécie produz é, na verdade, uma inflorescência, isto é, um conjunto de
flores em uma estrutura compacta. Notável é seu odor, que já foi descrito como
"uma mistura de açúcar-queimado com peixe-podre", que atrai moscas e
besouros, seus polinizadores. A partir daí surgiu o nome "flor-cadáver”
(ou corpse-flower, em
inglês). Ainda com esta peculiaridade, atrai multidões aos jardins botânicos no
mundo inteiro.
A espécie Amorphophallus titanum foi descrita originalmente por Odoardo
Beccari, em 1878, botânico do Jardim Botânico de Florença, que a encontrou na
Ilha de Sumatra, Indonésia. Dez anos depois, a espécie floresceu no Jardim
Botânico de Kew, na Inglaterra, maravilhando o ocidente com sua inflorescência
peculiar. O material que se encontra florescendo no Inhotim foi obtido a
partir de sementes enviadas pelo jardim botânico Marie Selby, na Flórida.
O processo de florescência foi transmitido ao vivo
pelo site do Inhotim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário