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sábado, 22 de dezembro de 2012


Edição Especial 144-Dezembro/2012
Inhotim
Flor cadáver desabrocha novamente
Amorphophallus titanum desperta atenção pelo forte cheiro e tamanho
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Dois momentos de florescência da Flor-cadáver.

Pela segunda vez no Inhotim, e na América latina, a famosa “flor-cadáver" ou Amorphophallus titanum (Becc.) Becc. ex Arcang. florescerá em um jardim botânico. O evento aconteceu no Jardim Botânico Inhotim. O material floresceu dentro da estufa equatorial do Instituto, local com condições de temperatura e umidade controladas que permite o cultivo de espécies tropicais. Além de ser em si mesmo um fenômeno raro, a florescência tornou-se mais especial pelo fato da “flor-cadáver" ter-se revelado em apenas dois anos após sua última “aparição”. Normalmente o fenômeno acontece de 10 em 10 anos, segundo informou o MG TV em sua edição que tratou do assunto.
De acordo com Letícia Aguiar, gerente de Jardim Botânico e Meio Ambiente, a túbera, nome dado à imensa "batata" que permanece sob a terra, geralmente pesa entre 18 e 20 kg quando está propenso a florir. No caso da flor do Inhotim, este material possui cerca de 25 kg, e mede 70 cm. Em dezembro de 2010, esta mesma planta floresceu no Instituto, e durou três dias. Apenas dois anos depois, o material volta a florescer no Inhotim. “Foi uma grande surpresa nascer uma flor outra vez, em tão pouco tempo”, comemorou Letícia.
A planta possui um caule gigante e subterrâneo, como uma batata, e produz apenas uma folha a cada dois anos, que pode atingir até dois metros de altura e sete metros de diâmetro. A flor é produzida a cada dois anos, depois dos 10-12 anos após a germinação da semente. Quando a planta está em flor, está sem folha e vice-versa. A planta nunca produz flores e folhas simultaneamente.  
Apesar de ser conhecida como "a maior flor do mundo", o que a espécie produz é, na verdade, uma inflorescência, isto é, um conjunto de flores em uma estrutura compacta. Notável é seu odor, que já foi descrito como "uma mistura de açúcar-queimado com peixe-podre", que atrai moscas e besouros, seus polinizadores. A partir daí surgiu o nome "flor-cadáver” (ou corpse-flower, em inglês). Ainda com esta peculiaridade, atrai multidões aos jardins botânicos no mundo inteiro. 
A espécie Amorphophallus titanum foi descrita originalmente por Odoardo Beccari, em 1878, botânico do Jardim Botânico de Florença, que a encontrou na Ilha de Sumatra, Indonésia. Dez anos depois, a espécie floresceu no Jardim Botânico de Kew, na Inglaterra, maravilhando o ocidente com sua inflorescência peculiar. O material que se encontra florescendo no Inhotim foi obtido a partir de sementes enviadas pelo jardim botânico Marie Selby, na Flórida. 
O processo de florescência foi transmitido ao vivo pelo site do Inhotim.

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